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Leitores: Diabetes e Família

Rosa Silva - 15/11/2018 - 9:29

O Dia Mundial da Diabetes é celebrado a 14 de Novembro, desde 1991. Esta data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Frederick Banting que em conjunto com Charles Best descobriram a insulina, em 1921.

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O Dia Mundial da Diabetes é celebrado a 14 de Novembro, desde 1991. Esta data foi escolhida em homenagem ao nascimento de Frederick Banting que em conjunto com Charles Best descobriram a insulina, em 1921. Este dia é comemorado na grande maioria dos países sob a égide das Nações Unidas/OMS (Organização Mundial de Saúde) e da Federação Internacional da Diabetes. É com este espírito que a OMS tem o slogan - Unidos pela Diabetes, cujo o símbolo é um círculo azul, representando o círculo a vida e a cor azul o céu que une todos os países.
Para 2018 e 2019 o tema escolhido para comemorar o Dia Mundial da Diabetes é a “Diabetes e Família” (worlddiabetesday.org). Porque a diabetes também afeta a família, esta campanha tem como objetivo aumentar a consciencialização sobre o impacto que a diabetes tem na família e na rede de apoio das pessoas com diabetes, sendo assim necessário promover o papel da família na gestão, cuidados, prevenção e educação na diabetes.
A Diabetes é um problema global com impacto humano, social e económico; é um fardo enorme e crescente. De acordo como o Atlas da Diabetes publicado pela Federação Internacional da Diabetes: 382 milhões de pessoas com diabetes em 2013, esse número será de quase 600 milhões até 2035. A cada 10 segundos morre uma pessoa com diabetes.
Em 2018 a Federação Internacional da Diabetes afirma: - Mais de 425 milhões de pessoas, em todo o mundo, vivem com diabetes. A maioria tem diabetes tipo 2, sendo possível prevenir através de atividade física regular, estilos de vida saudável e dieta equilibrada e, bem como promoção de ambientes saudáveis. As famílias desempenham um papel fundamental na abordagem dos fatores de risco modificáveis. Para isso é necessário que os governos apostem na educação, em recursos e ambientes para viver um estilo de vida saudável. - 1 em cada 2 pessoas não sabe que é diabética, isto é, não está diagnosticada. O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para prevenir as complicações da diabetes e alcançar um bom controlo. Todas as famílias são potencialmente afetadas pela diabetes e, portanto, a conscientização dos sinais, sintomas e fatores de risco da diabetes é crucial para ajudar a diagnosticar precocemente. - Diabetes pode levar as famílias à pobreza. Em muitos países os cuidados em saúde são pagos, as pessoas com diabetes chegam a pagar as suas insulinas, tiras testes e consultas. Pelo que se torna urgente melhorar o acesso aos cuidados à pessoa com diabetes, evitando o aumento dos custos, com impacto nos resultados de saúde. - Menos de 1 em cada 4 membros da família têm acesso a programas de educação sobre diabetes. O apoio da família demonstrou ter um efeito substancial na melhoria dos resultados de saúde para as pessoas com diabetes. Assim, é importante apostar na educação e apoio contínuo na gestão da diabetes, para que seja acessível a todas as pessoas com diabetes e suas famílias reduzir o impacto emocional da doença e melhorar a qualidade de vida.
O Observatório Nacional da Diabetes, última edição de dezembro de 2017, refere que a prevalência da diabetes em Portugal, é de 13,3%, estando 7,5% diagnosticada e 5,8% não diagnostica. A prevalência é maior nos homens de 15,9% para 10,9% nas mulheres. Verifica-se também um aumento com a idade, sendo que mais de 1/4 dos portugueses entre 60-79 idade têm diabetes.
A diabetes classifica-se em tipo 1 e 2. A diabetes tipo 1 tem uma forte predisposição genética, sendo necessário iniciar de imediato a insulina. A diabetes tipo 2 tem um forte componente hereditário, o seu aparecimento vai depender do ambiente em que vive o individuo com predisposição à doença, sendo as modificações do estilo de vida fundamentais para a sua prevenção.
A Diabetes tipo1 afecta os mais jovens, com um aumento de forma alarmante no mundo inteiro, particularmente abaixo dos 15 anos. Este aumento é estimado a uma taxa de 3% ao ano, com grandes diferenças geográficas. Cerca de 100.000 crianças e adolescentes com menos de 15 anos são diagnosticados anualmente, sendo 132.000 se o limite for os 20 anos de idade. A nível mundial calcula-se, atualmente, que haja mais 1.100.000 jovens com menos de 20 anos com diabetes tipo 1. Não está estimado o número de crianças e adolescentes com diabetes tipo 2, no entanto sabemos que está diretamente associado à obesidade e a inatividade física.
A Diabetes tipo2 é responsável por 90-95% dos casos, sendo o seu aumento como resultado da globalização, da prevalência da obesidade, do estilo de vida sedentário e do stress, atingindo as proporções de uma pandemia. As pessoas acima dos 65 anos têm uma elevada prevalência de diabetes, cerca de 19%, com tendência a aumentar para a qual contribui a maior longevidade. A Diabetes tipo2 não tem cura mas pode ser prevenida. É urgente que todos, governos bem como a sociedade civil, contribuam de forma efectiva para a implementação de estratégias de low-cost (baixo custo), como sejam a promoção da actividade física e de estilos de vida saudáveis; alterações dos hábitos dietéticos/alimentares; educação para a saúde nas escolas, mass media, nos locais de trabalho, nos espaços recreativos, entre muitos outros.
Este ano o Dia Mundial da Diabetes fala da família, dos cuidadores informais e dos amigos, como pedra basilar para a melhoria da qualidade de vida para as pessoas com diabetes. Sem eles tornar-se-ia mais difícil levar a diabetes a bom porto. É obrigação de todos, dar condições às pessoas com doenças crónicas e suas famílias, pois dessa forma toda a sociedade irá, directa ou indirectamente, beneficiar.

 

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