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Albi Sport Club: Recordando o passado

Luís Infante - 14/06/2017 - 8:00

Já lá vão quinze anos bem contados. Vou querer lembrar, aqui e agora  com saudade, os meus velhos tempos de entrega total ao meu Clube - o Albi Sport Clube - de que sou sócio fundador n.º 2.

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Já lá vão quinze anos bem contados. Vou querer lembrar, aqui e agora  com saudade, os meus velhos tempos de entrega total ao meu Clube - o Albi Sport Clube - de que sou sócio fundador n.º 2. Mas, nesta lembrança, não podia esquecer o arquiteto Luís Grilo, o obreiro do alindamento daquele espaço, o seu irmão Eduardo, Garcia, Patrício, César Janeira, Costa, Jorge Albuquerque, Peixoto, Sebastião Louro, Roberto, Matos Pereira e tantos outros amigos do ténis que tudo deram pelo seu Clube. Alguns já partiram e daí terem merecido um Clube que não manchasse a sua memória. Foi ali que, de raquete em punho, bolas a saltitar, como amigos e amantes do ténis, que tivemos os nossos convívios e tantos outros momentos de agrado que nos ajudaram a superar as adversidades do dia a dia.

Quero então frisar o meu contentamento descontente, no regresso ao meu Clube ao saber que “os vendilhões do templo", os chamados clãs e quejandos já não poisavam por ali. Deixaram de dar a cara, sumiram, deixando um rasto de tudo fazer para destruir, denegrir o historial dum Clube que, deste modo, não era o deles. Retiraram placas, fotos, tudo quanto os afrontava, desprezando valores, dinheiros investidos, num desejo de vingança mesquinha, de mostrar aos vindouros algo de novo tudo embebido na inépcia e num gosto muito duvidoso. Desde a mudança das cores do Albi, do seu logotipo e de tantas vivências que por ali proliferavam a mostrar o clubismo de uma mão cheia de sócios, alguns fundadores e honorários, que foram preteridos, esquecidos, quase escorraçados e que tanto deram para que o Clube se tivesse guindado bem alto a nível nacional na prática do ténis.

Quem não se lembra dos vários "Albigala" em que, festivamente, distinguíamos os melhores atletas, dirigentes e particulares pelo seu contributo em prol dum Clube em ascensão? Daquele retângulo numa encosta ajardinada onde se destacava o nome do Clube, em letras garrafais, esculpidas em granito  a saudar todos os visitantes? Onde está aquele conjunto de luzes em filamentos, em leds de cor laranja, a verdadeira cor do Albi, a iluminar a todo o comprimento a fachada principal, em letras destacadas – Albi Sport Clube – que no seu pisca-pisca noturno anunciava aos amantes da noite que o Albi estava ali , vivo, pronto para servir os seus Associados e dignificar a cidade albicastrense?

Mas temos que convir que esses dirigentes, arautos da desgraça se esqueceram de que “os homens passam mas a obra fica". A nossa ficou mas a deles, infelizmente, ruiu, não chegou para apagar o que de bom estava feito. Quero esquecer, com pesar, a promessa que me foi feita de que todo o material retirado se encontrava em espera aguardando colocação em sala apropriada. Ficaram pela promessa porque tudo continua em arrecadação ao abandono, a deteriorar-se, esquecendo o passado.

Fiquei também desolado ao percorrer os locais a que demos vida e dignidade no percurso de longos anos. Da erva alimentada pelo descuido, a falta de limpeza geral, ao desarrumo de utensílios, ao desconsolo de paredes frias, vazias de tudo, espelho do nada, o abandono dos campos de pó de tijolo, as placas relvadas onde a erva agora é rainha e sei lá que mais dizer dum Clube acreditado em todo o país, caído nas garras da incompetência, duma juventude que queríamos e acreditávamos de mudança positiva, mas , mal aconselhada, tudo fez para destruir o património dum Clube. Fiquei triste ao ver tanto esforço, tanto empenho cair na voracidade de gente que quis mostrar diferença mas resultou em incompetência, do não saber dirigir, do não saber criar momentos de agrado no presente sem descurar, sem esquecer o passado. Posso mesmo dizer que me sinto envergonhado por ter assistido à ruína dum Clube, a pérola da cidade. Assim, querer apelar agora e creio que ainda vou a tempo, o tempo urge, de pedir aos vindouros, aos novos elementos diretivos que tenham garra, aquele empenho que move montanhas e façam que o meu Clube, o Clube de todos os albicastrenses , amantes ou não do ténis, volte a vestir-se dos pergaminhos que bem merece. A esses novos Elementos, nos quais acreditamos, afirmo que podem contar com a velha guarda para fazer renascer das cinzas o historial dum  Clube que agora está nas suas mãos e que merece continuar a dizer a todos que o Albi Sport Clube é parte integrante e saudável do desporto albicastrense, do desporto em Portugal.

 

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