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Alcains: A escola de hoje é para todos

Lídia Barata - 22/06/2017 - 8:00

Há 30 anos a escola tinha o 3.º Ciclo e o Secundário, ocupando os alunos com as atividades letivas. Hoje tem todos os ciclos e um leque de oferta para todos.

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Festa envolveu toda a comunidade

Apesar de hoje funcionar como Agrupamento, englobando todos os ciclos, a Escola Básica e Secundária de Alcains abriu portas há 30 anos, albergando na altura o 3.º ciclo e o secundário, uma vez que o 2.º e 3.º ciclos funcionavam naquela que era apelidada da "escola de baixo". Esta era "escola nova" ou a "escola de cima", que com o tempo acabou por se tornar na escola mãe do Agrupamento, agregando também São Vicente da Beira. A diminuição do número de alunos é sentido em todas as escolas do pais e aqui não é exceção, mas o Agrupamento tem hoje cerca de 900 alunos. Com a passagem da escolaridade obrigatória para o 12.º ano teve de se ir adaptando aos novos tempos e às novas exigências, quer dos alunos, quer da própria comunidade, que hoje já não se dissocia da escola. Atualmente o conselho diretivo é composto por Rosa Caetano, Paula Beato, César Louro, Eduardo Figueiredo e António Beirão, uma equipa que tem de ser imaginativa e criativa, no sentido de ter a melhor oferta para o seu melhor ativo, os alunos. 

Além da oferta curricular, as restantes ofertas educativas são, cada vez mais, segundo esta equipa, "desenvolvidas em parceria com a comunidade, com os parceiros locais, como as autarquias, associações ou as empresas". Hoje, o teatro, o xadrez, a saúde, o voluntariado, o jornalismo, o desporto, o ambiente ou a música dão mote aos diversos projetos que se desenvolvem na escola. Em termos de respostas, e atendendo a que "a escola de hoje tem de ser para todos. Tem de ser inclusiva e corresponder a todas as expetativas, pelo que as respostas também são diferenciadas, para alcançar o máximo possível de alunos". Assim, há uma resposta educativa para os alunos que têm metas bem definidas em termos académicos, pretendendo prosseguir estudos, sendo complementada com o programa de mobilidade Erasmus, "que tem apenas 10 anos, logo, nem sempre os alunos tiveram esta oportunidade". Quanto aos seus destinatários, "são os alunos que se inscrevem, não são programas impostos, até porque implicam grande envolvimento das famílias, para acolher os colegas de outros países com quem realizam os intercâmbios. Mas mesmo em termos pessoais têm de estar capacitados a apresentar trabalhos semanais, trabalhos em inglês e nem todos estão disponíveis".  Para quem não quer prosseguir a vida académica e pretende entrar mais cedo no mercado de trabalho, a escola tem os cursos profissionais, tendo inclusive apostado em áreas que localmente são necessárias, como a arte da cantaria ou a queijaria, cuja continuidade pode estar em risco por falta de jovens a querer dedicar-se a elas. "A escola promove a possibilidade de trabalharam em conjunto com essas empresas, que também se disponibilizam a recebê-los, oferecendo-lhes ferramentas de trabalho para uma melhor integração no mercado de trabalho", lembram. Mas em termos de integração, a direção destaca ainda o trabalho da equipa de Educação Especial e o apoio da comunidade na disponibilidade de abrir portas a alguns destes jovens. "O Agrupamento tem cerca de 70 alunos com necessidades educativas especiais e 15 já fazem trabalho na comunidade, de forma muito positiva". O ensino articulado e artístico, valência proporcionada pelo Conservatório Regional de Castelo Branco, também dá oportunidade a muitos alunos de terem contacto com uma área que, de outra forma, não seria possível.

 

INTERAÇÃO De uma forma ou outra, "todos os alunos estão envolvidos em projetos, algo que hoje é normal na escola, mas há 30 anos era tudo muito diferente", pois "antes esperava-se que a escola transmitisse conhecimento, mas hoje, até dessa missão, também se exige às escolas que preparem os jovens de forma prática e em ligação à comunidade e ao mundo". Como forma de incentivo, o Agrupamento de Escolas de Alcains desenvolve ainda há vários anos o programa Crise às Negas, que premeia os que têm melhor desempenho escolar, como forma de motivar para o estudo e os bons resultados. Os resultados obtidos a nível do desporto escolar e desporto adaptado, também tem servido de motivação para "aumentar a auto estima e mudar comportamentos". Durante a frequência na escola "é preciso experimentar e testar diversas áreas do conhecimento e do saber fazer, para que os alunos também consigam fazer escolhas futuras mais adequadas às suas capacidades e apetências".

A solidariedade e o voluntariado são vertentes que também já moram na escola, com os alunos mais velhos, por exemplo, a receber e integrar os que chegam pela primeira vez, mas também com ações de recolha de bens essenciais para ajudar colegas mais carenciados. Mesmo em termos de recursos, como por exemplo, a biblioteca, "também sofreu uma grande mudança em 30 anos, pois as novas tecnologias fizeram de um espaço 'escuro' e 'silencioso', um espaço em que se vive".

 

Teatro, música, pintura, desporto, dança, poesia foram alguns dos ingredientes que dão corpo, de 9 a 16 de junho, à IX Semana do Agrupamento de Escolas José Sanches e São Vicente da Beira. A sessão de abertura teve lugar no auditório da escola sede, dia 9 de junho. No dia 12 de junho as atividades concentraram-se em São Vicente da Beira, no dia 13 em Lardosa e Escalos de Cima e, no dia 14 de junho, em Tinalhas e Póvoa de Rio de Moinhos. A semana encerrou dia 16, no largo de Santo António, em Alcains, com uma demonstração de atividades para toda a comunidade. "Até mesmo a Semana do Agrupamento já não se vive dentro das quatro paredes, mas sim na rua, com a comunidade", sublinham.

 

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