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Alimentação: "Fast food"? Ok, mas gourmet...

José Júlio Cruz - 14/02/2019 - 9:40

Há conceitos que deixaram de meter medo em termos alimentares, desde que a qualidade e a segurança estejam garantidas. Há outros que crescem, por mérito próprio.

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Os vegetais frescos continuam na moda. Foto DR

As mais recentes tendências alimentares seguidas internacionalmente para o corrente ano foram apresentadas na passada segunda-feira, dia 11, em Castelo Branco. Um trabalho dos técnicos do Centro de Apoio Tecnológico Agro-Alimentar (CATAA) albicastrense que o apresentaram no Centro de Empresas Inovadoras (CEi) desta cidade.

Da sustentabilidade ambiental à «fast food» há de tudo um pouco, sendo que quanto a esta última a novidade prende-se com o aumento dos níveis de exigência por parte dos consumidores que, não virando as costas a esta variante gastronómica, nem à das comidas pré-confecionadas, querem-nas com elevados padrões de qualidade, apresentação e até de embalagem. Ou seja, «fast food»? sim obrigado, mas gourmet...

As informações recolhidas pelos referidos técnicos apontam para uma cada vez maior preocupação dos consumidores com a sustentabilidade dos produtos consumidos, sendo aquilo que é artificial ou produzido com pesticidas ou antibióticos visto como uma espécie de "inimigo público". Valorizam-se as produções locais, os frescos, ao mesmo tempo que se procura respeitar o ambiente e reduzir os desperdícios.

A tudo isto a indústria alimentar tem estado atenta e a responder. Daí que o cuidado com os produtos apresentados nos diferentes mercados esteja também a melhorar. Menos processamento, menos aditivos e uma maior e mais próxima comunicação com os consumidores fazem cada vez mais parte do quotidiano empresarial do setor agroalimentar, tal como os produtos mais verdes, com menos açúcar, menos gordura e menos sal.

Nas atuais tendências entram também uma série de alternativas proteicas à carne e ao peixe, as chamadas "opções versáteis que não deixam peso na consciência", como uma das técnicas a batizou. Mas também as "aventuras sensoriais", o vivenciar de novos sabores e as "ajudas ao consumidor" para que este saia da sua zona de conforto.

O aspeto da distribuição está também a demonstrar novas tendências e já há empresas inclusivamente a entregar comida gourmet, embalada e pré-confecionada ao domicílio, entre outros aspetos agora revelados. Diversificação e inovação são palavras de ordem neste setor.

O Inovcluster - Associação do Cluster Ago-Industrial do Centro, também com sede em Castelo Branco, tem trabalho reconhecido nesta e noutras áreas em colaboração com o CATAA e nesta apresentação pública procurou também ajudar empresários e consumidores a perceberem quais as principais tendências relativamente aos mercados para onde os produtos portugueses poderão crescer em termos de exportação. Alemanha, países nórdicos (Finlândia, Dinamarca, Noruega e Suécia) e Japão foram os apontados como a não descurar no decorrer deste 2019. Sobre este último foi sublinhada a recente abertura a produtos europeus, fruto do recente acordo de livre comércio assinado entre as partes.

 

CASTELO BRANCO António Moitinho Rodrigues, diretor científico do CATAA, e Natacha Pinto, coordenadora executiva do Inovcluster, sublinharam no início dos trabalhos que "atualmente os consumidores estão cada vez melhor informados" e que "a qualidade dos produtos que lhe são apresentados está a crescer e faz todo o sentido que assim seja". Daí o trabalho que tem estado a ser efetuado em Castelo Branco por ambas as instituições que representam e que têm ajudado produtores e empresários nesta e noutras matérias, como o design das próprias embalagens, a rotulagem, a informação e a segurança.

"Esta apresentação das tendências para este ano a este nível representa também todo o trabalho que tem vindo a ser efetuado na cidade albicastrense ao longo dos últimos anos, naquilo que são os temas mais prementes para as empresas do ramo agroalimentar", frisou Natacha Pinto.

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