A contestação à central tem vindo a subir de tom. Foto DR
O ministro do Ambiente João Pedro Matos Fernandes vai reunir esta quinta-feira com as autoridades espanholas para discutir a questão da construção do armazém de resíduos na central nuclear de Almaraz, situada a cerca de 100 quilómetros de Castelo Branco.
A notícia é avançada esta quarta-feira por vários meios de comunicação social, que citam o Ministério do Ambiente.
Segundo este existem garantias do lado de Espanha que o processo de construção do armazém “não está encerrado”, ao contrário do que foi avançado nas últimas semanas.
A reunião entre os ministérios português e espanhol coincide com a manifestação marcada para Lisboa, em frente ao consulado espanhol, onde vão participar várias organizações em torno do MIA – Movimento Ibérico Antinuclear.
Segundo a Quercus, uma das associações que faz parte do MIA, “pretende mais uma vez exigir que os Governos Português e Espanhol tomem medidas no sentido de colocar em marcha o encerramento de Almaraz”.
A manifestação está marcada para as 18H00.
“Face à passividade que os vários Governos Portugueses têm revelado ao longo dos anos sobre este assunto, a Quercus considera fundamental que o atual Governo demonstre firmeza na defesa dos interesses nacionais junto de Espanha e diga claramente que o Governo Português quer ser consultado sobre tudo o que tenha a ver com a Central Nuclear de Almaraz. Mas mais importante que tudo é que diga de uma forma inequívoca que o nosso país não quer esta Central a funcionar depois de 2020 e que a mesma deve encerrar, no máximo, por esta altura”, argumenta a associação.
A contestação à central nuclear de Almaraz tem vindo a subir de tom nas últimas semanas, com a Assembleia da República a aprovar por unanimidade um voto de condenação pela opção de proceder à construção de uma central de armazenamento de resíduos nucleares.
Em Espanha a posição do Governo português tem o apoio do governo regional da Extremadura, que no dia 4 declarou através do seu responsável pela economia que Madrid deveria ter ouvido Lisboa antes de autorizar a construção do armazém.
Confrontado com a situação o ministro português admitiu que irá recorrer à Comissão Europeia. Verdes querem ouvir ministro no Parlamento com urgência.
A aprovação do armazém de resíduos sem consulta do Governo português vale o protesto junto da Comissão Europeia mas os partidos criticam a passividade do ministro.
Voto critica continuação da central “obsoleta” e construção de armazém sem ouvir Portugal. Espanha anuncia reforço da segurança e resposta a emergências.