Almaraz: PSD critica “passividade” de Luís Correia

José Furtado - 18/01/2017 - 21:00

Os sociais-democratas falam em silêncio e inação da parte do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, que é também líder da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa.

Carlos Almeida pede mais ação ao autarca do PS. Foto José Furtado/ Jornal Reconquista

A concelhia do PSD de Castelo Branco acusa Luís Correia de falhar duplamente na defesa dos interesses das populações da região na questão da central nuclear de Almaraz.

Os sociais-democratas falam em silêncio e inação da parte do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco que é também líder da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, duas entidades das quais dizem desconhecer qualquer posição pública ou movimentações no sentido de contestar a construção do armazém de resíduos nucleares e o prolongamento da vida da central nuclear para além de 2020.

Carlos Almeida, o presidente da concelhia do PSD de Castelo Branco, reconhece que Luís Correia  “é contra a central de Almaraz e por força disso defende o seu encerramento”, uma posição que é comum a todas as forças políticas na Assembleia Municipal de Castelo Branco.

Porém “só esta tomada de posição verbal é manifestamente insuficiente para quem desempenha uma  cargo desta relevância, que é presidir a um município”.

O líder do PSD local diz que é importante ter contactos com o Governo mas também com os autarcas de concelhos vizinhos, incluindo os espanhóis.

“Do nosso ponto de vista um dos aspetos a privilegiar era que houvesse uma comunidade significativa não só de portugueses mas também de espanhóis e sobretudo de algumas pessoas com responsabilidade do ponto de vista político que fossem trazidas para o nosso lado”, sugere Carlos Almeida, que pergunta também pelo papel de Luís Correia na mobilização da sociedade civil para esta questão.

O presidente da concelhia do PSD recorda que Luís Correia tem uma responsabilidade acrescida por ser presidente da Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, constituída maioritariamente por municípios de fronteira, perguntando se também houve da parte desta “algumas posição institucional pública”, que diz desconhecer.

Também aqui o PSD é da opinião que devia procurar-se o contacto com a Junta da Extremadura “que era um aliado importante para esta causa”.

O governo regional desta região de Espanha tem manifestado a sua oposição à construção do armazém de resíduos nucleares.

O PSD deteta ainda a falta de um plano local de emergência e sugere que Castelo Branco devia exigir às empresas que gerem a central para financiarem as medidas.

Em resumo “quer como presidente da câmara e da comunidade intermunicipal aquilo que nós concluímos é que houve aqui uma atitude de completa passividade e inoperância”, diz Carlos Almeida.