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As exportações: O motor da nossa competitividade

Luís Beato Nunes - 22/02/2018 - 9:54

As exportações são fundamentais para a dinâmica das pequenas economias, uma vez que sozinhas, pela dimensão do seu mercado interno, estas não conseguem gerar um nível de riqueza que ajude a promover o seu desenvolvimento nas mais variadas áreas sociais.
Em pequenas economias europeias, como a Bélgica, a Holanda ou a Irlanda, as exportações têm um peso acima dos 80% da riqueza gerada nestes países, sendo economias abertas às inovações vindas do exterior e capazes de aproveitar mercados maiores, onde os seus produtos podem ser mais valorizados.
Como economia pequena e com a agravante de se situar na periferia europeia, Portugal deve olhar para estas economias como exemplo, explorando as oportunidades que um mundo onde o comércio livre veio dar novos mercados às economias mais pequenas.
Nos últimos vinte anos o peso das exportações nacionais passou de 18,6% para mais de 40% do PIB, destacando-se várias novas microempresas que fazem do mercado externo o destino de mais de 80% da sua produção total.
Ao mesmo tempo que o sector industrial se adapta às exigências do mercado externo, o sector terciário também tem diversificado a sua receita com quase 21 milhões de turistas a visitarem o nosso país em 2017, estimulando alguns pequenos negócios com o seu consumo.
É verdade que a economia nacional está cada vez mais competitiva e isso reflecte-se na conquista de novos mercados para os produtos produzidos e serviços prestados por empresas com a sua sede em Portugal, mitigando a dependência do consumo interno e alavancado o crescimento da economia nacional na dimensão do mercado mundial. 
Cerca de 79% das nossas exportações dirigem-se aos restantes países da União Europeia, o que acaba por não ser surpresa devido à ausência de barreiras alfandegárias e à proximidade geográfica. Para além da UE, os produtos nacionais podem e devem explorar outros mercados.
Contudo, há ainda muito que pode ser feito, tendo em conta a qualidade e variedade dos produtos reginais e o seu potencial de penetração não apenas no mercado europeu, mas também nos mercados de língua portuguesa e da América do Norte.
Estas duas últimas áreas geográficas acabam por ter mais entraves à entrada de produtos importados devido à protecção de sectores das respectivas economias nacionais, mas, por exemplo, a singularidade dos produtos do sector agro-pecuário português poderia aumentar o leque de escolha dos consumidores nestes mercados.
A designada “diplomacia económica” não pode basear-se em viagens organizadas com meia dúzia de empresas nacionais a alguns países com os quais Portugal tem boas relações diplomáticas.
Em suma, na última década tem havido um esforço crescente para apoiar a internacionalização das empresas portuguesas, mas esse esforço deve ser homogéneo para todos os sectores e para todas as empresas que tenham uma estratégia sólida para explorar novos mercados na economia mundial.

luis.beato.nunes@gmail.com     

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