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Caça: Quercus contra atividade em concelhos atingidos pelo fogo

Reconquista - 28/08/2017 - 9:38

Segundo a associação ambientalista “as populações de animais foram dizimadas pelo fogo e os que conseguiram sobreviver têm agora dificuldades na obtenção de abrigo e alimento”.

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A Quercus pede medidas excessionais em ano de seca e fogos. Foto arquivo Reconquista

A Quercus defende a proibição da caça nos concelhos afetados pelos incêndios e que as chamadas área do regime livre passem a ser áreas de refúgio para a caça.

Segundo a associação ambientalista, nos concelhos atingidos pelos incêndios “as populações de animais foram dizimadas pelo fogo e os que conseguiram sobreviver têm agora dificuldades na obtenção de abrigo e alimento”, diz em comunicado.

O calor e seca “agravam a situação principalmente para os animais juvenis”.

Por estas razões apela ao Governo para que suspenda toda a atividade nos municípios em que mais de 20 por cento da sua área foi consumida pelas chamas.

Em relação ao calendário venatório, a Quercus quer que este volte a ser anual, corrigindo “um grave erro” provocado por uma portaria de 2011.

Na sua opinião com os calendários mais longos não é possível prever alterações provadas por incêndios ou secas.

Outra preocupação tem a ver com o chumbo utilizado nas munições e as suas consequências para as aves, que acabam por ser intoxicadas.

E cita estudos recentes que apontam para o envenenamento por chumbo de quase 60 por cento para o pato-real em Portugal.

A Quercus quer por isso a total e imediata interdição do uso do chumbo, como já acontece em alguns países europeus.

A associação também não concorda com o regresso da gralha-preta e da pega-rabuda à lista de espécies autorizadas a caçar, embora reconheça que em algumas regiões provocam prejuízos.

O problema pode estar na semelhança destas aves com outras que estão ameaçadas, como o corvo e a gralha-de-bico-vermelho.

Outras espécies que a Quercus gostava de ver fora da lista são a frisada, o pato-trombeteiro, o zarro–comum e o zarro-negrinha.

A coligação C6, da qual fazem parte várias organizações ligadas à natureza, lançou também o apelo ao Governo para que cancele a caça à rola-brava.

Os incêndios, a destruição do habitat e a caça são os argumentos.

“Após anos de alerta por parte das associações de defesa do ambiente e da comunidade científica, o governo vem reconhecer pela primeira vez que existe um decréscimo preocupante da população de rola-brava.

Apesar disso, permite que a espécie seja caçada”, lamenta a C6, que reúne a Quercus, a Liga para a Proteção da Natureza ou a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, entre outras.

A rola-brava “está a desaparecer a um ritmo galopante em Portugal e restante Europa”, tendo perdido cerca de 80 por cento do seu efetivo desde 1980, cita a C6.

A sugestão passa por uma suspensão entre três a cinco anos “de modo a favorecer a recuperação das respetivas populações e prevenir uma eventual extinção da espécie”.

Esta posição já foi manifestada ao ministro do Ambiente e ao secretário de Estado das Florestas “em várias ocasiões”.

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