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Leitores: É a economia...

João Carvalhinho* - 26/01/2017 - 12:08

Castelo Branco ocupa hoje uma posição invejada como motor de desenvolvimento no Interior de Portugal. E são diversos os indicadores que confirmam e apoiam esta constatação, quer no âmbito da economia, do emprego, da qualidade de vida ou da população.

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Castelo Branco ocupa hoje uma posição invejada como motor de desenvolvimento no Interior de Portugal. E são diversos os indicadores que confirmam e apoiam esta constatação, quer no âmbito da economia, do emprego, da qualidade de vida ou da população.
É por isso com absoluta convicção e com muito gosto que contesto um escrito aqui publicado, há duas semanas atrás, da autoria do líder do PSD de Castelo Branco.
Talvez sabendo que a palavra do ano 2016 foi “pós-verdade”, aquele dirigente partidário ensaiou uma narrativa enganadora sobre Castelo Branco, referindo-se a supostos indicadores “muito preocupantes” e à responsabilidade da autarquia nos mesmos, concluindo com uma máxima “ter uma política favorável à economia”.
O que o líder do PSD_CB tentou fazer é algo do domínio da acrobacia, procurando criar uma imagem que apouca e diminui Castelo Branco, o que é grave, porque falso e prejudicial para a comunidade. E ainda se arvora em referência ética desafiando “O discurso político tem de ser confrontado com os factos.”
Pois bem, vamos confrontar as falsidades e as atoardas com os factos, falando verdade na era da pós-verdade.
A posição que Castelo Branco ocupa no contexto nacional, atualmente, resulta em grande medida do trabalho do poder local democrático, que faz agora 40 anos. Primeiro com o PS de Armindo Ramos, seguido do PSD de César Vila Franca, e de novo com o PS de Joaquim Morão e de Luís Correia, o concelho de Castelo Branco conheceu um notável progresso.
Nos últimos 20 anos, a Câmara Municipal foi o protagonista maior do desenvolvimento, intervindo no abastecimento público de água e saneamento, na construção e requalificação de rodovias, do aeródromo, de equipamentos sociais, desportivos e culturais, na requalificação urbana, na ampliação da zona industrial, na instalação de 4 contact centers, e até em escolas secundárias e superiores, bem como no hospital e nos centros de saúde, responsabilidade do Governo.
A intervenção da Câmara Municipal é impressionante, e tem sido acompanhada por muitas empresas e instituições. E quanto a indicadores, na área da economia, basta querer saber. Pela minha parte, aduzo alguns absolutamente fidedignos e reveladores:

Zona industrial Uma parte substancial da força económica do Concelho encontra-se na zona industrial de Castelo Branco. No final de 2016 estavam ali instaladas 259 empresas (83 unidades industriais), que representam quase 4000 postos de trabalho.
Entre 2005 e 2016, foram concretizados 58 processos de atribuição de lotes, de entre 160 avaliados. A CMCB, entre 1998 e 2016, atribuiu 156 lotes de terreno, num total de 74,6 hectares, e entre 1980 e 1997, 125 lotes de terreno, num total de 93,7 hectares.

Empresas Para além das empresas instaladas nas zonas industriais, o concelho acolhe empresas relevantes na vila de Alcains, na cidade de Castelo Branco e noutras freguesias.
Com base nos dados da IES – Informação Empresarial Simplificada (portal do Ministério da Justiça), relativamente a 2015, sabe-se que: • Existiam 1.305 empresas, num total de 3.591 agentes económicos, com sede no Concelho; • As 101 maiores empresas do Concelho de Castelo Branco empregavam 6.635 trabalhadores e, entre 2013 e 2015, criaram mais 712 postos de trabalho; • As 101 maiores empresas do Concelho de Castelo Branco geraram 685 milhões de euros de volume de negócios, e exportaram 107 M €, sendo que as 11 maiores são responsáveis por 94 M € de exportações.

Emprego O desemprego registado no IEFP é também um indicador que revela a dinâmica económica do Concelho. No último ano, o número de desempregados inscritos reduziu-se em 18,6%. Essa redução é ainda maior se considerarmos os últimos 3 anos, situando-se em 45,2%. O desemprego registado em Castelo Branco mantem-se, consistentemente, abaixo da média nacional.  Podem estes indicadores dizer que está tudo bem? Não, seguramente. 
Poderia Castelo Branco estar melhor? Sim, podia.  Se o PSD não tivesse cometido 7 pecados capitais contra todos nós: 1. Estabeleceu as portagens mais caras do País na A23; 2. Revogou o contrato de construção da Barragem do Alvito; 3. Impediu a inclusão do IC 31 no Portugal 2020; 4. Encerrou o call center da Segurança Social, despedindo 400 trabalhadores; 5. Desqualificou o transporte ferroviário na Linha da Beira Baixa; 6. Impediu a concretização da modernização do Hospital Amato Lusitano e da Escola Secundária Nun’ Álvares; 7. Cancelou os benefícios fiscais às empresas sedeadas no Interior.
Por isso se pode dizer que, se alguma coisa o PSD fez nos últimos 20 anos, à economia de Castelo Branco, foi destruir, não semear!
Os Albicastrenses não estão distraídos, e não são alvos fáceis de tentativas de manipulação. Pois, porque o líder do PSD_CB pretendeu enganar os Albicastrenses.
Ignorar o facto de que a principal unidade industrial do concelho, que emprega mais gente, tem maior volume de negócios e de exportações, não consta da estatística do INE, porque não tem a sede fiscal em Castelo Branco, é grave se for por desconhecimento, é intolerável se for por má-fé.
Os Albicastrenses conhecem bem o trabalho da Câmara Municipal. Sabem que continua a ser muito bem gerida, conforme comprovou o “Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses – 2015”. Reconhecem, também, que muito tem feito para resistir ao inexorável esvaziamento do Interior, e que os agentes económicos têm na autarquia um parceiro fiável e inovador, que os apoia e incentiva.
A verdade é que, como disse um histórico Estadista, “Pode-se enganar a todos por algum tempo. Pode-se enganar alguns por todo o tempo. Mas não se pode enganar a todos todo o tempo”, e o líder do PSD_CB devia saber isso, para não cair na tentação da manipulação. Assim, revelou-se. Muito gostaria de colher, sem nunca ter semeado!
Também da América, até ao momento a principal vítima da pós-verdade, veio a frase lapidar que, incompleta, dá título a este artigo, e que foi criada por James Carville para a 1.ª campanha presidencial de Bill Clinton: “É a economia, ...!” E mais não digo.

* Autarca do Partido Socialista

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