Análises descartam a hipótese de poluição causada por pesticidas. Foto Luís Tavares/ Reconquista
A APA- Agência Portuguesa do Ambiente não encontrou vestígios de pesticidas acima do recomendado nas amostras recolhidas para análise na barragem de Santa Águeda, no concelho de Castelo Branco.
A informação foi confirmada ao Reconquista por fonte da APA, depois de no final de abril terem surgido no local alguns peixes mortos e uma mudança de coloração da água junto a uma exploração agrícola.
Na altura a Quercus não hesitou em classificar esta situação como “mais um crime ambiental” na albufeira que abastece de água o concelho de Castelo Branco, falando da “presença de peixes mortos e a aplicação ilegal de pesticidas na zona reservada da albufeira”.
O resultado das análises revela a presença de uma bactéria “potencialmente produtora de toxinas”, que estará relacionada com a subida das temperaturas e de nutrientes na água. Estes nutrientes terão aumentado significativamente “em finais de abril e no princípio de maio” e segundo fonte da APA estarão relacionados com uma “descarga pontual indevida de um efluente com características similares às águas residuais domésticas".
A APA não aponta a origem mas no passado admitiu que as estações de tratamento de águas residuais da Lardosa, Soalheira e Louriçal do Campo não possuíam sistemas de remoção de fosfato, que acabam por provocar o crescimento de algas, que por sua vez retiram oxigénio à água.
O Reconquista questionou o Ministério do Ambiente sobre esta possibilidade mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.
As análises efetuadas pelas Águas do Vale do Tejo à água captada em Santa Águeda também não revelaram concentração de fertilizantes “acima das normas de qualidade”.
A empresa que gere a estação de tratamento de Santa Águeda terá reforçado as análises face a este alerta dos ambientalistas.
Questionado pelo Reconquista à margem da visita que fez a Penamacor, o ministro do Ambiente garantiu que a Águas do Vale do Tejo “tem feito análises a duplicar, seja à entrada da estação de tratamento como à saída, e a água é de excelente qualidade e pode ser consumida”.
João Pedro Matos Fernandes recordou que a primeira entidade a dar conta do problema e a chegar ao local foi a Agência Portuguesa do Ambiente.
“Os primeiros a chegar, ainda essa notícia não era pública, foram os técnicos do Ministério do Ambiente”.
O ministro do Ambiente não comenta a existência de um pomar a poucos metros da linha de água mas avisa que existe um plano de ordenamento da albufeira” que está aprovado e obviamente tem de ser cumprido e as atividades têm de o fiscalizar”.