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Castelo Branco: Cidade presta homenagem a Faria de Vasconcelos

José Júlio Cruz - 07/03/2019 - 10:30

Os seus restos mortais foram transladados para a cidade que nesta ocasião lhe dedicou um livro, uma praceta e destacou a sua vida e obra.

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Momento prévio à apresentação do livro na biblioteca municipal

No 139º aniversário do seu nascimento (2 de março de 1880), Castelo Branco prestou uma significativa homenagem a um dos seus filhos mais ilustres, o pedagogo António Sena Faria de Vasconcelos Azevedo que ficou conhecido mundialmente como Faria de Vasconcelos. Os seus restos mortais descansam agora no cemitério da cidade, transladados que foram do Cemitério dos Prazeres, em Lisboa (transladação ficou concluída em 26 de fevereiro deste ano).

"É uma grande honra para Castelo Branco fazermos esta homenagem, Faria de Vasconcelos é uma inspiradora personalidade para todos nós", referiu o presidente do município, Luís Correia, na manhã de sábado na Biblioteca Municipal, momentos antes de ser apresentado o livro «António Sena Faria de Vasconcelos nos meandros do Movimento da Escola Nova: Pioneiro da Educação do Futuro» organizado e coordenado por Ernesto Candeias Martins, professor na Escola Superior de Educação (ESE) desta cidade. Seguiu-se a inauguração da praceta Professor Faria de Vasconcelos, junto à casa onde este nasceu (onde atualmente está a farmácia Grave), confirmando-se depois também a já referida transladação dos seus restos mortais para o cemitério de Castelo Branco. Estas atividades envolveram a comunidade albicastrense, mas também a família do pedagogo, cujos netos marcaram presença nas cerimónias.

Luís Correia entende que "estes momentos vão perdurar no tempo e esta foi uma forma de imortalizar um homem que viveu muito à frente do seu tempo e cujas capacidades eram visivelmente muito acima da média". A transladação dos restos mortais para a cidade albicastrense era um desejo do município, como explicou, "mas também da família"..

"Intelectual e progressista, Faria de Vasconcelos dedicou a sua vida a melhorar a vida dos outros através da educação", frisou o autarca, garantindo também que "a valorização dos valores imateriais e do nosso património histórico são uma parte integrante da nossa estratégia para Castelo Branco e estes momentos são bem o exemplo disso".

Também o presidente da Freguesia de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, enalteceu a postura municipal "pela importância que esta terra dá aos seus melhores", enquanto António Fernandes, presidente do Instituto Politécnico, salientou "a dimensão do pensamento e da obra de Faria de Vasconcelos, sobre a qual temos de continuar a trabalhar e a aprofundar, por razões científicas mas também pela obrigação que nos cabe de a divulgar publicamente".

«Relembrar, analisar, discutir e refletir, num debate multicentrado de diálogo, a figura deste ilustre pedagogista, juntando alguns investigadores, estudiosos e professores e estudantes interessados na História da Educação ou das Ideias Pedagógicas em Portugal, assim como das Ciências da Educação» foi também objetivo de um colóquio científico que se realizou na Escola Superior de Educação um dia antes (1 de março).

O evento foi organizado pela Câmara Municipal, Junta de Freguesia, Instituto Politécnico de Castelo Branco e pela Associação HiscultEduca. O colóquio contou ainda com as colaborações da Associação de História da Educação Portuguesa, da Sociedade Portuguesa de Ciências e Educação e do Centro de Estudos Interdisciplinares em Educação e Desenvolvimento Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa.

O presidente da Associação HiscultEduca, Ernesto Candeias, lembrou ainda que esta figura, "teve uma mãe natural de Idanha-a-Nova e um pai natural de Sabugal, nasceu em Castelo Branco, no edifício da farmácia Grave". Quanto aos seus feitos mais relevantes, "foi pioneiro de uma orientação profissional que não havia no país e de uma orientação escolar, mas destacou-se também pela sua dedicação e proteção às crianças com mais dificuldades, tendo sido o mentor do Instituto Navarro de Paiva, que se dedicou a estas crianças com problemas. Estava sempre atento e disposto a dar respostas científicas a essa problemática".

A conferência inaugural (1 de março, na ESE) foi proferida pelo ex-ministro da Educação Eduardo Marçal Grilo. Uma autêntica «lição de vida» que colocou em debate questões da educação do pré-escolar ao politécnico. "A questão que enfrentamos nos dias de hoje é saber quais são as competências que cada um deve ter para poder dar o seu contributo à sociedade onde vive", justificou, explicando que "todas as gerações são de transição, o que nos distingue atualmente é que as transformações ocorrem muito rapidamente e isso deixas em aberto o não sabermos bem aquilo que caraterizará o nosso futuro coletivo".

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