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Castelo Branco: PSD exige fiscalização aos aterros

José Furtado - 21/05/2018 - 19:03

Os deputados eleitos pelo distrito querem saber que tipo de resíduos chega aterro de resíduos industriais não perigosos, a poucos quilómetros da cidade de Castelo Branco.

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O aterro fica situado nos arredores da cidade de Castelo Branco. Foto Reconquista

Os deputados do PSD eleitos por Castelo Branco afirmam que não há fiscalização regular aos resíduos que entram no aterro de resíduos industriais não perigosos de Castelo Branco. Manuel Frexes e Álvaro Baptista visitaram a estrutura situada junto à estrada que liga a cidade a Malpica do Tejo, depois de terem abordado o assunto por diversas vezes no Parlamento, em perguntas escritas dirigidas ao Ministério do Ambiente mas também confrontando o ministro nas comissões parlamentares.

Para Manuel Frexes “existe uma perceção que haverá situações menos corretas no funcionamento destas unidades”, uma afirmação no plural já que o partido vai pedir para fazer uma visita semelhante ao vizinho aterro da Valnor, que recebe os resíduos domésticos. O aterro de resíduos industriais é da responsabilidade da Lena Ambiente desde abril de 2003. Os deputados do PSD dizem que viram esclarecidas algumas das dúvidas e têm o compromisso da empresa que fará o mesmo com outras. As dúvidas são sobretudo acerca do transporte, o tipo de resíduos, entre outras questões.

Entre as questões que aguardam mais esclarecimento está o tratamento e descontaminação das águas. Segundo Manuel Frexes a linha criada para escoar a água tratada, que resulta dos chamados lixiviados, é partilhada pelo dois aterros e desemboca no Ponsul, que por sua vez é um efluente do Tejo. Um dos aterros, garante Álvaro Baptista, “pelo menos no último ano estava a funcionar de forma irregular, por que foram feitas medições no curso de água que indiciam níveis de lixiviados superiores aos legais”

“No passado não há dúvidas que houve aqui situações irregulares no funcionamento destas unidades”, afirma Manuel Frexes, que acredita que algumas questões foram resolvidas e a deslocação dos deputados pode ter contribuído para uma melhoria. Os deputados ficaram também a saber que o aterro está a ser expandido, para a zona junto ao portão, como é possível verificar da beira da estrada para Malpica do Tejo

Para Álvaro Baptista “a questão essencial é saber que tipo de resíduos são aqui depositados e até agora nós não conseguimos obter cópia de nenhumas análises que tenham sido feitas por entidades independentes aos resíduos depositados no aterro”. Segundo os deputados são feitas entre 20 a 30 análises por ano para um universo de 20 mil descargas anuais. O PSD desconhece quais foram os parâmetros analisados. Sem essas análises “ninguém consegue garantir que são resíduos industriais banais”. Segundo o PSD estão neste momento a ser emitidas novas licenças para o funcionamento do aterro.

Tal como o Reconquista noticiou em fevereiro, o deputado Álvaro Batista questionou o ministro Matos Fernandes no Parlamento para saber se há resíduos perigosos a serem depositados no aterro. Perante a afirmação que o aterro albicastrense está sem fiscalização desde o final de 2015, entre outras, o ministro afirmou que o deputado do PSD “deu a resposta na própria pergunta e por isso não tenho nada a acrescentar”. Os deputados revelaram agora que uma inspeção esteve no aterro já depois de terem abordado o assunto no Parlamento.

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