O festival mudou de espaço e quer manter a aposta. Foto Eduardo Filipe
Depois da estreia no Cine Teatro Avenida, o Sintonias Festival libertou-se das paredes e assumiu-se como um verdadeiro festival de verão.
A quinta da Fonte Nova viu passar no último sábado uma mistura de vários géneros musicais, com grandes concertos em pequenos palcos e um ambiente familiar como a organização pretendia.
“Felizmente conseguimos chegar ao objetivo inicial, que era realizar o Sintonias num espaço ao ar livre”, disse Fábio Ramalho, da Associação Sintonizados.
A quinta situada em plena cidade é um espaço que diz muito à organização, que tem a sua origem na banda Sintonizados, que por sua vez nasceu de elementos que pertenciam à Orquestra Típica Albicastrense, cuja sede fica nesta quinta.
Pelo Sintonias passaram a fadista Valéria Carvalho, Sons da Beiroa, Clara e as Gemas, Tiago Silva, The Theables, o convidado internacional Edu Miranda Trio e os próprios Sintonizados, entre outros.
A variedade de géneros foi grande e os grupos locais tiveram o seu espaço no cartaz.
Para Fábio Ramalho “temos de ser nós a tentar puxar pelas bandas da cidade” e para o futuro “o nosso objetivo é que os grupos aqui da cidade digam que o Sintonias lhes deu uma oportunidade de participar num festival de verão”.
Esta segunda edição serviu também de tubo de ensaio a um projeto de alunos da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.
A Ecozoic, a Associação de Jovens para o Ambiente e Direitos Humanos, esteve no local a recolher dados para elaborar um relatório de sustentabilidade do festival.
O objetivo “é podermos melhorar a organização a nível ambiental com a nível económico”, explica Duarte Galhardo, o presidente da associação.
A utilização de plásticos, a medição de ruídos ou a verificação de consumos de energia são alguns dos fatores em consideração.
O Ministério do Ambiente acaba de lançar uma iniciativa para promover festivais mais verdes e a Ecozoic está atenta.
“Mais do que os fundos monetários o que nos interessa são as linhas de orientação do Ministério do Ambiente. Somos um país de festivais e que ganha prémios, como acontece com o Boom e o Salva a Terra, e é interessante ver de que forma podemos utilizar as orientações do ministério para ver as melhores práticas”, refere Cláudio Duarte, membro da direção da Ecozoic e músico dos Sintonizados.
O relatório segue agora o seu caminho e na próxima edição do Sintonias a organização espera aplicar algumas das orientações.