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Colégio Egitaniense: Antigos alunos voltaram a reunir

Reconquista - 18/05/2017 - 8:00

Os antigos alunos do Colégio Egitaniense voltaram a reunir-se em convívio, dia 29 de abril, naquela que foi a sua XII Romagem de Saudade, coincidindo com o sábado da Romaria da Senhora do Almurtão. 

 

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O encontro decorreu no Forum Cultural

Os antigos alunos do Colégio Egitaniense voltaram a reunir-se em convívio, dia 29 de abril, naquela que foi a sua XII Romagem de Saudade, coincidindo com o sábado da Romaria da Senhora do Almurtão. O ponto de reencontro foi o Forum Cultural de Idanha-a-Nova, tendo a comissão organizadora sido constituída por Paula Leão de Meireles, Manuel Joaquim Rocha e José Figueiredo Martinho.

José Figueiredo Martinho saudou os colegas e familiares, bem como, mesmo ausente,  o presidente da Câmara, Armindo Jacinto pelo apoio dado ao evento, bem como aos seus colaboradores, que prepararam este reencontro e as ofertas aos participantes. "Estamos aqui para comemorar, reviver, pensando no que já fomos e o que somos. E eu, que não sou da Idanha, fui repescar às minhas memórias como via a Idanha quando andava à escola, na Zebreira. Via um clarão luminoso, ouvia dizer que era onde se vinha a pagar a décima, lá se arrastavam de burro ou a pé", vai contando, acrescentando que ali "também se vinha para fazer o exame da 4.ª classe.  O que não era nada fácil". No seu caso concreto, ainda recorda a leitura do exame. "Ainda estou a ver o livro da 4ª classe, na página direita, que era o Estatuário do Padre António Vieira. Era o professor Frade que me estava a interrogar. É evidente que não se trata de um texto fácil" e "na cabeça de miúdo isto era um caso complicado. Tem isto a ver como nós ainda crianças nos projetamos para o futuro. O estatuário estava também aqui na Idanha. O estatuário que a pouco e pouco nos ia moldando como alunos no Colégio". Na Idanha "assistíamos às procissões, às touradas. Tudo isso nos moldava de uma forma para o futuro. E foi isso que aconteceu. Ao existir o Colégio, para muita gente aqui, foi de uma importância enorme". Coube a João Meireles realçar a história do Colégio. Salientou "a enorme admiração pelo engenheiro agrónomo António Belo de Almeida, porque ao fazer um Colégio em 1945, era pôr em polvorosa os senhores verdadeiramente ricos e os manda-chuvas da Idanha. Este, após ter pedido a colaboração ao Tenente Fernandes, indicou-lhe também o nome de seu pai, Dr.º Aprígio Leão de Meireles. Houve discurso no cais do Marquês", recorda, adiantando que "ao ideal progressista do engenheiro Belo não interessava o Colégio, dado que passados três anos vendeu-o. O Colégio era uma revolta contra o feudalismo". Lembrou ainda as três figuras que, para si, "fizeram bem em desenvolver a Idanha: Jaime Lopes Dias, nos anos 30, por causa da Barragem, António Belo de Almeida, por causa do Colégio modificou tudo, e Joaquim Morão". Mas reiterou a importância do Colégio "na formação, na tal história do estatuário. O conviver com os professores, o conviver uns com os outros, foi extremamente importante. Mas também, as atividades extra curriculares são as que mais recordamos, como o futebol na Praça de Touros, no Ginásio que fora garagem ou um teatro, organizado pelo Colégio". Manuel Couchinho foi um dos participantes nesse teatro, um espetáculo "tipo de revista e de crítica popular". Ele era o povo, o Zé Mesquita, que contracenava com Teresa Gaio e Bernarda Lopes Lourenço. O teatro teve duas sessões, "no cinema da família Pombo, sendo a receita da primeira sessão para os proprietários e da segunda, que fora casa cheia, a favor do Colégio, que a aplicou numa excursão". Uma excursão que também se mantém na memória de José Figueiredo Martinho, que se referiu ainda a "umas olimpíadas que se realizaram no Colégio", onde teve "o prazer de ganhar a taça", que já guarda há 66 anos.  

Foi celebrada missa pelos colegas já falecidos e partilharam-se memórias idas, mas que continuam vivas nas suas memórias, num repasto onde estiveram também presentes os professores Maria Avelar e Alberto Esteves Perdigoto.

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