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Leitores: Castelo Branco um retrato eleitoral

João Carvalhinho - 04/01/2018 - 9:53

Em 2018 não haverá eleições em Portugal. Os pequenos interesses de alguns grupos e os mesquinhos casos, instigados pelos media de cordel, não irão sobrepor-se ao interesse nacional.

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Caros leitores, bem-vindos a 2018. Que seja um bom ano, para todos.

Em 2018 não haverá eleições em Portugal. Os pequenos interesses de alguns grupos e os mesquinhos casos, instigados pelos media de cordel, não irão sobrepor-se ao interesse nacional.

Os resultados sociais e económicos obtidos em 2 anos de Governo PS, são a evidência indesmentível de que Portugal prossegue o rumo adequado. António Costa vai cumprir, com elevado mérito, a XIII Legislatura do Portugal democrático.

Com os fiéis da ortodoxia de Frankfurt rendidos à governação lusitana, António Costa garantiu a eleição do nosso ministro das finanças para a presidência do Eurogrupo.

Mário Centeno é, sem sombra de dúvidas, o melhor elemento da atual equipa ministerial. Regozijo-me ter sugerido a sua vinda a Castelo Branco, em junho do ano passado.
Na vigência da III República Portuguesa, não há muitos anos assim, isto é, sem eleições! 
Neste interregno eleitoral, pode fazer-se uma breve síntese histórica dos sufrágios eleitorais da nossa democracia, no concelho de Castelo Branco. 
Como têm votado os Albicastrenses?
Eis algumas respostas.

Observando os resultados dos atos eleitorais realizados desde 1975, identificam-se várias referências notáveis.
Entre 25 de abril de 1975 e 1 de outubro de 2017 realizaram-se 44 eleições – legislativas, presidenciais, autárquicas e europeias – e 2 referendos nacionais (regionalização e IVG). Neste período, fomos convocados para votar 46 vezes em 31 anos!
No concelho de Castelo Branco, o número de eleitores inscritos cresceu 34,2% de 1975 a 2009, mantendo-se acima de 50.000 entre 2009 e 2016, e desceu para 49.777 em 20017.
O retrato social e político da nossa comunidade, que emerge dos resultados das disputas eleitorais, é bastante claro.
O PS obteve 22 vitórias – metade dos atos eleitorais realizados; 9 nas legislativas, 7 nas autárquicas e 6 nas europeias – o PSD ganhou 11 eleições – 3 legislativas, 5 autárquicas e 1 europeia – e a AD (PPD/PSD+CDS) conquistou 2 eleições legislativas. O efémero PRD venceu a eleição legislativa de 1985.
Nas eleições para a Presidência da República, os candidatos de esquerda – Eanes, Soares e Sampaio – e os de direita – Freitas, Cavaco e Marcelo – dividem a meio as vitórias. Nas 5 conquistas da direita, há duas numa só eleição, as Presidenciais de 1986.

 

No cômputo geral, a esquerda venceu 28 (57%) das 44 eleições realizadas, e a direita 16.
Do universo dos resultados eleitorais, é merecida a relevância para alguns.
No pódio dos maiores resultados eleitorais (> 21.000 votos), estão o de Ramalho Eanes (1976), e os do PS, liderado por Joaquim Morão (1997 e 2001).

A fasquia dos 20.000 votos foi ultrapassada em sete eleições, 4 das quais com Joaquim Morão encabeçando as listas do PS à Câmara Municipal (1997, 2001, 2005, 2009), as 2 eleições presidenciais ganhas por Ramalho Eanes, e a segunda eleição presidencial de Mário Soares.

Nas dez eleições mais participadas da história, em que o vencedor registou mais de 19.000 votos, o PS venceu seis – 4 com Joaquim Morão, 1 com António Guterres (1995) e 1 com José Sócrates (2005) – Ramalho Eanes venceu duas (1976 e 1980), Mário Soares (1991) e Jorge Sampaio (1996) uma eleição cada. Um pleno da esquerda!
Maiorias absolutas dos votos expressos houve muitas (24), no entanto, o limiar dos 2/3 de votos só foi alcançado em cinco atos eleitorais. Nas Autárquicas de 2001, 2005 e 2009, pelo PS. Nas Presidenciais de 1976, com Ramalho Eanes a obter a maior votação de sempre (78,77%), e na consagração presidencial de Mário Soares, em 1991.

Os resultados mais expressivos dos maiores partidos, foram obtidos por Joaquim Morão para o PS, em 2001 (21.555 votos; 70,70%), e por Cavaco Silva para o PSD, em 1987 (18.430 votos; 54,47%). A vitória com menor número de votos foi obtida pelo PS nas eleições para o Parlamento Europeu, em 2009, com a lista encabeçada por Vital Moreira (6.157 votos; 30,7%).

É indiscutível. As votações premeiam as lideranças, a visão política, as ideias e os projetos. 

Uma história não sujeita ao revisionismo. Um mito desfeito!

Castelo Branco não é um concelho de direita.


Em Castelo Branco a maior força política é o Partido Socialista, a marca mais forte é a do PS.
Em Castelo Branco, a razão e o coração, estão à esquerda!

joao.carvalhinho@sapo.pt

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