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Dia da Cidade: Reconhecer o mérito e a coragem

João Carrega - 22/03/2018 - 8:33

O Dia da Cidade permitiu distinguir o mérito, com a homenagem ao corpo de bombeiros e a dois jovens atletas albicastrenses.

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Um dos momentos importantes das comemorações do Dia da Cidade foi a homenagem aos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco e aos atletas Francisco Belo (campeão mundial universitário no lançamento do peso) e Diogo Corte, campeão europeu em judo síndrome de Down.

José Neves, comandante dos Bombeiros Voluntários de Castelo Branco, recebeu a medalha da cidade em nome do corpo ativo da corporação. A resposta e o esforço com que combateram os incêndios do ano passado foram destacados na cerimónia. “Vida por Vida é o vosso lema. Um lema honrado em todas as circunstâncias e, particularmente, no verão passado, período durante o qual testemunhei na primeira pessoa o espírito de sacrifício, a abnegação, a vontade de superação permanente, a coragem com que defendeis a nossa comunidade”, disse o presidente do município, Luís Correia.

Apesar dos incêndios estarem na memória de todos, estes não constituem a maioria das ocorrências dos bombeiros albicastrenses. “No ano passado respondemos a 14 mil alertas, sendo que 77 por cento corresponderam a emergências médicas”, disse José Neves. O comandante lembrou ainda que “as nossas ambulâncias percorreram 800 mil quilómetros”, acrescentando que foi iniciado mais um curso para 25 novos bombeiros para a corporação. “Connosco podem contar sempre”, disse.

Francisco Belo, campeão mundial universitário no lançamento do peso, mostrou-se reconhecido à autarquia pela distinção. O já médico e atleta do Sport Lisboa e Benfica, aproveitou a ocasião para oferecer à autarquia, uma escultura onde simbolicamente está representado o peso que lança nas competições. Para Luís Correia, “Francisco Belo é um cidadão do mundo. No Séc. XXI este jovem albicastrense é a prova de que nascer em Portugal, no interior do país, numa região que até há poucos anos a União Europeia classificava como ultra periférica não é determinante de nada, nem de coisa nenhuma”.

Também Diogo Corte, campeão europeu de judo em Síndrome de Down e vencedor de muitas provas nacionais era um jovem feliz, mostrando que na vida, como no desporto, não há impossíveis. Luís Correia fala “num exemplo de dedicação e superação”, feito “com o apoio e amor incondicionais da família, com o trabalho dedicado e profissional da equipa da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Castelo Branco, e da Academia de Judo Ana Hormigo”.
 

Assembleia Municipal:  Discursos para a cidade

O Dia da Cidade foi aproveitado pelos partidos com representação na Assembleia Municipal para falarem sobre o passado, o presente e o futuro de Castelo Branco. Leopoldo Rodrigues, do PS, destacou a boa situação financeira da autarquia, “fruto da gestão rigorosa dos mandatos de Joaquim Morão e Luís Correia, o que permite a concretização de muitas obras” (destacando as de requalificação urbana, a Quinta do Chinco, o Parque do Barrocal, Quinta do Moinho Velho ou, futuramente, as obras da Cruz do Montalvão e do Vale da Europa). Aquele responsável falou ainda do reforço da coesão social, da cultura (que torna Castelo Branco uma referência nacional) e da qualidade de vida. Leopoldo Rodrigues abordou a questão do despovoamento, enunciando algumas medidas concretas para o combater como “o reforço do apoio à natalidade e parentalidade (numa perspetiva que envolva também as entidades patronais); crédito bonificado para compra de habitação no interior do país; diferenciação no preço da eletricidade; construção da Barragem do Alvito e do IC31, e a abolição ou redução significativa das portagens na A23”. O deputado do PS daria ainda uma palavra de apreço a Valter Lemos, que durante 16 anos presidiu à Assembleia Municipal e que renunciou ao cargo na última Assembleia.

Miguel Barroso, do PSD, optou por um discurso mais crítico à autarquia, comparando alguns dados com outras capitais de distrito. “O poder de compra é menor em Castelo Branco que noutras capitais de distrito do interior”, disse, para depois criticar o “emprego precário e mal remunerado”, numa alusão aos centros de contacto. O deputado social democrata lembrou que em termos de receitas turísticas Castelo Branco surge atrás da Covilhã e do Fundão, criticando a falta de capacidade de atração de investimento. Miguel Barroso deu mesmo o exemplo de Portalegre que conseguiu um forte investimento na área da distribuição. “Em Castelo Branco estamos condenados a estes indicadores? Na nossa opinião não! Para o PSD é possível tornar Castelo Branco mais atrativo”, realçou.

O deputado do BE, José Ribeiro, fez um ponto prévio ao seu discurso, criticando o espaço em que a sessão solene se realizou, uma vez que o salão nobre foi pequeno para acolher convidados e munícipes. “Que no futuro a dignidade desta sessão solene tenha um espaço com condições dignas para todos”, começou por referir. No entender daquele responsável, o dia da cidade deveria ser um feriado municipal onde se realizassem atividades nos diferentes bairros envolvendo a população”. José Ribeiro defendeu uma cidade amiga dos jovens e idosos, que “não distinga a condição dos seus habitantes”.

A CDU aproveitou a ocasião para elogiar o trabalho dos bombeiros de Castelo Branco. A deputada da coligação, Fátima Quintas, considera que “a gestão das autarquias tem novas exigências”. No seu entender para além da construção de equipamentos são necessárias políticas que promovam a sua manutenção e utilização.

O deputado do CDS, Francisco Oliveira Martins, destacou a qualidade de vida da cidade. Num discurso positivo, considerou que o turismo é uma área em que se deve apostar. “Urge articular aquilo que já existe”, disse, para depois recordar a “herança templária de Castelo Branco”. O deputado centrista criticou o abandono do centro histórico, onde há alguns anos se fizeram “obras que não ficaram terminadas, onde permanecem os tubos verdes e vermelhos e buracos tapados com tábuas”. Por isso defende que se deve devolver o centro antigo à cidade e a “cidade ao centro antigo”.

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