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Fraternidade Missionária Cristo-Jovem acusada de “escravidão”. Instituição está a funcionar

Reconquista - 06/06/2019 - 10:35

Instituição foi fundada pelo P. Joaquim Milheiro Valente, natural de S. Miguel D’Acha.

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O P. Joaquim Milheiro Valente, natural de S. Miguel D’Acha, foi ordenado sacerdote ao serviço da diocese de Portalegre, em 9 de abril de 1955. Aqui trabalhou até aos anos 70 do século passado, altura em que se deslocou para Famalicão, arquidiocese de Braga, onde fundou a Fraternidade Missionária de Cristo Jovem. Essa instituição encontra-se acusada de escravidão, negação de alimentos e violência para com algumas raparigas que ali se encontravam.
Com a devida vénia, transcrevemos do Diário do Minho, o comunicado da arquidiocese de Braga que faz o ponto da situação:

“A Fraternidade Missionária Cristo Jovem, com sede em Famalicão, “retomou a normalidade saudável”. A garantia foi dada pela Arquidiocese de Braga que, num comunicado com seis pontos, explicou os passos dados desde a denúncia, de alegada “escravidão” na instituição.
No primeiro ponto do texto pode ler-se que “desde que a Arquidiocese foi informada, em finais do ano de 2014, por ex-membros da Fraternidade, de presumíveis anomalias na vida da comunidade, iniciou uma investigação interna para apurar a realidade e contactou as pessoas residentes”.
A Arquidiocese de Braga refere ainda que,  “como resultado dessa investigação, foi exigido que a Sr.ª Maria Arminda Costa se retirasse da comunidade. A decisão foi acatada e a Sr.ª Maria Arminda regressou à sua terra natal, onde ainda reside”.
O comunicado assinado pelo padre Paulo Terroso, acrescenta que “do mesmo modo, foi exigido ao Pe. Joaquim Milheiro que abandonasse a comunidade, sendo-lhe proposta a Casa Sacerdotal da Arquidiocese de Braga como residência, dados os sinais evidentes de degradação de saúde. A decisão foi acatada. Mais tarde, à revelia da Arquidiocese, tomou a decisão de abandonar a Casa Sacerdotal e deslocou-se novamente para a Fraternidade. Temos conhecimento que a sua saúde continua bastante frágil”.
“Com as decisões descritas nos números anteriores, e sobretudo com a saída da Sr.ª Arminda, falou-se novamente com as duas jovens residentes na Fraternidade, tendo-nos sido afirmado categoricamente que o ambiente era, nesse momento, de fraternidade, respeito e bem-estar que a vida tinha retomado uma normalidade saudável”, garante o responsável da comunicação da diocese. 
Esperar que se apure 
“toda a verdade”
Nesse sentido, “a Arquidiocese não se viu na necessidade de extinguir a Fraternidade, na expectativa que ela seguisse, então, um novo rumo”, lê-se.

No último ponto do comunicado, a Arquidiocese refere que, “dada a complexidade do caso, continuamos a acompanhar a comunidade e a colaborar com o Ministério Público. A Arquidiocese de Braga deseja e espera que toda a verdade seja apurada”. Recorde-se que o Ministério Público acusou os responsáveis da Fraternidade e a própria instituição – um padre e três mulheres – de escravizarem raparigas que ali foram acolhidas para seguirem uma vida religiosa.

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