Cameron afirmou há dias que “o medo da imigração em massa foi determinante” para o resultado do referendo que ditou a saída da Inglaterra da União Europeia. De facto já se contam por milhões aqueles que, depois de atravessarem o mediterrâneo, vêm bater às portas da Europa. Em outubro passado tinham sido realojados apenas 700 refugiados e havia um plano para mais de 160 mil serem distribuídos pelos países da Europa. Neste plano Portugal comprometeu-se a receber 4.754 que ainda não chegaram todos. As portas de muitos países fecharam-se com barreiras de arame farpado, a Grécia viu-se a braços com uma multidão de centenas de milhares que não deixaram entrar na Europa a partir daqui foi o caos. À Itália continuam a chegar centenas de milhares a pedir asilo, que estão em campos de refugiados. Entretanto começam a surgir em muitos países reações anti-xenófobas por parte da população, instigada por partidos, quer de extrema direita, quer de extrema esquerda.
Será a Europa capaz de assumir a entrada de tanta gente? Um estudo da Eurostat diz que em 2015 houve neste continente 5,1 milhões de nascimentos e 4,9 milhões de mortes; no entanto, devido à imigração, a população europeia aumentou 1,3 milhões de habitantes. Serão precisos muitos empregos no futuro para dar lugar a tanta gente… Por isso, penso que está na hora de percebermos, que todos estes que nos procuram não o fariam, se tivessem condições nas suas terras. Isso deve levar-nos a mudar de atitudes : em vez de vendermos armas a estes povos, levemos para lá tecnologia, máquinas agrícolas, investimento na indústria, de modo a desenvolver estes países. Ou é este o caminho, ou podemos estar à beira de um novo conflito de proporções planetárias. Como diz o papa Francisco: “ o sofrimento da humanidade deve unir os cristãos”.
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