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Ideias e factos: A febre do jogo

Agostinho Dias - 21/06/2018 - 9:30

Os portugueses gastam cada vez mais dinheiro no jogo. Se em 2017 gastaram 3.519 milhões de euros, este ano tudo indica que essa verba vai ser ultrapassada em muito. Os ditos “jogos sociais” da Santa Casa levaram a maioria desta verba; gastaram se 3.028 milhões assim distribuídos em milhões: raspadinha – 1487, euromilhões – 851, placard - 502, totoloto – 100, lotaria clássica – 41, lotaria popular - 23, joker - 18, totobola - 8. Nos casinos apostaram-se 333, 1 milhões, nos bingos 57 milhões, no jogo on line 122,5 milhões. Há ainda os sorteios nos canais de TV a desafiaram os ouvintes com o estribilho: telefone já e os jogos clandestinos frequentemente denunciados.
Esta febre do jogo representa o desejo de enriquecer sem esforço, nem trabalho e não sei se resulta da abundância de dinheiro, se da falta dele. Pode querer dizer que estamos a cultivar a sociedade da preguiça e do lucro fácil, e não uma sociedade alicerçada no trabalho e no esforço. “A paixão do jogo corre o risco de se transformar numa dependência grave” – diz o catecismo da Igreja Católica. 
A febre de ganhar é tanta que frequentemente ouvimos falar de batota sobretudo nos jogos de futebol, de modo a fabricar os resultados que estejam de acordo com as apostas feitas. São os próprios tribunais a confirmar que isto constitui uma imoralidade grave. O pior, no entanto, é quando o vício do jogo domina de tal maneira, que se aposta a pequena pensão, ou pequeno ordenado, logo que se recebe, e se fica sem dinheiro para viver no resto do mês, apenas confiados na caridade dos outros. Devia haver regras para impedir estes jogadores compulsivos de exercitarem o seu vício… Pelo menos que seja proibida a publicidade apelativa que cria a fome de jogar nos dependentes deste vício…

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