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Ideias e factos: As demências senis

Agostinho Dias - 07/06/2018 - 9:54

São cada vez mais os idosos a apresentar sintomas de doenças mentais: perdem-se mesmo em sítios que conhecem, não encontram as palavras para exprimir o pensamento, não são capazes de tomar conta de coisas tão triviais como a sua alimentação, os medicamentos, ou a própria higiene, deixam de conhecer até os familiares mais chegados, etc. O tempo de vida aumenta, mas o cérebro parece não estar preparado para durar tanto em boas condições. Quem assim adoece tem de ter acompanhamento permanente de um cuidador, ou de uma instituição preparada para o efeito. O problema é que nem sempre é fácil encontrar esse cuidador ou essa instituição. Ainda na semana passada o Reconquista dizia que foram criados 40 lugares na rede dos Cuidados Continuados do distrito para estes doentes, sem especificar onde, mas acrescentava que isso representa apenas 20% das necessidades. Parece que a saúde está a ser o parente pobre deste governo e todos os dias ouvimos notícias que confirmam isso mesmo: falta de profissionais, de camas, de medicamentos de ponta, instalações degradadas, etc. Esquecemo-nos de que nem toda a gente tem capacidade para recorrer à medicina privada, e por isso não basta fazer homenagens ao “pai do serviço nacional de saúde”. É urgente cuidar deste serviço, dotá-lo de profissionais suficientes e específicos, de meios de diagnóstico, pagar as enormes dívidas que existem, criar instalações dignas. Isto a nível de hospitais, rede de cuidados continuados , lares de 3.ª idade, médicos de famílias nos Centros de Saúde. Nos países que aprovaram a eutanásia os portadores de demências senis são os mais expostos a serem eutanasiados. Ainda bem que entre nós a liberalização não passou…

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