A quatro meses das eleições autárquicas, adivinha-se já o lançar da campanha eleitoral.
Se no país há 20% de independentes nas listas apresentadas, entre nós, pelo menos no que toca às Câmaras Municipais, isso não se confirma, pois dominam os candidatos apresentados pelos partidos; apenas no que toca às juntas de freguesia temos notícia de algumas listas de independentes.
O aparelho do partido parece a muitos indispensável, para desenvolver a candidatura. Também não há candidatos impedidos de concorrer à mesma Câmara por já terem cumprido três mandatos, pelo que a maioria são recandidaturas.
A campanha eleitoral desenvolve-se por isso com a apresentação da obra feita pelos recandidatados.
As Câmaras que estão nesta situação apresentam uma despesa em obras 20% superior àquelas em que o Presidente não pode recandidatar-se.
Agora a campanha consiste em fazer inaugurações em todos os lugares; são a reclassificação urbana, as casas mortuárias, as casas de banho, os arruamentos melhorados, tudo é motivo de inauguração nos tempos que agora decorrem.
Em breve virão os convívios dos idosos,, os passeios gratuitos e tudo o mais que sirva para conquistar votos.
Por fim, em setembro será a campanha oficial com as arruadas, os comícios e as visitas aos locais de trabalho. Tudo isto faz parte da campanha que muitas vezes não visa o esclarecimento das pessoas, mas tão só a caça ao voto.
Nas eleições autárquicas normalmente os candidatos são pessoas conhecidas pelos eleitores e, talvez por isso, nem sempre são as campanhas que decidem o sentido do voto, mas sim este conhecimento.
No entanto, também é verdade que há poderes já estabelecidos e consolidados e contra os quais é difícil lutar.
Esperamos pois que seja uma campanha limpa, sem o maldizer que às vezes caracteriza estes eventos, e sem promessas que não é possível cumprir. Assim vamos em democracia…