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Ideias e Factos: As guerras do futebol

Agostinho Dias - 11/01/2018 - 9:39

Há 50 anos o futebol não era tão evoluído tecnicamente, mas dava lugar aos jogadores da terra e era uma ocasião de muitos praticarem desporto, não evitando os bairrismos locais, adversos dos seus vizinhos. Hoje são os talentos vindos de todo o mundo, pagos a preço de ouro, os que aparecem a jogar nos nossos clubes. Desde que o grande capital entrou no futebol, há clubes portugueses que não têm um único jogador nacional; os portugueses que queiram praticar este desporto, ou são craques e vão para as grandes equipas endinheirados a peso de oiro, ou limitam-se a jogar num clube pequeno do âmbito regional. Para os grandes clubes vêm craques do 3.º Mundo. Isto faz com que ver futebol tenha de ficar mais caro, quer nos bilhetes, quer nos sócios, quer nos canais privados de televisão.
Para “fazer render o peixe” apareceram os comentadores e acessores desportivos com debates intermináveis nas televisões, que têm o mérito de pôr os três grandes clubes portugueses à briga, acusando-se mutuamente de todas as infâmias. Ir ao estádio pode tornar-se perigoso e por isso têm de entrar “numa caixa” protegida pela polícia, não evitando no final umas dezenas de detenções de gente perigosa. Pretendem-se vitórias a todo o custo, nem que seja à margem das leis que regem a modalidade, ou a sociedade em geral. O Ministério Público já é chamado a investigar em várias ocasiões.
Toda esta situação foi criada porque o futebol deixou de ser um desporto e passou a ser um negócio, às vezes sujo, que move milhões. Reduzamos o futebol à categoria de desporto com as regras do desporto: altius, celsius, fortius… Acabemos com estas guerras que só interessam aos que se abotoam com o muito dinheiro que esta modalidade gera…

 

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