Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Ideias e Factos: As leis fraturantes

Agostinho Dias - 25/05/2016 - 11:41

Depois de ter feito aprovar por Cavaco Silva a plena adoção por casais do mesmo sexo, e a alteração às leis do aborto, revogando o pagamento de taxas moderadoras e a obrigatoriedade do acompanhamento psicológico, o parlamento aprovou há dias as leis da procriação medicamente assistida e das barrigas de aluguer. Estas duas leis permitem o recurso a técnicas de fertilização, a todas as mulheres, independentemente do seu estado civil; mulheres solteiras ou casadas com outras mulheres, passam a poder recorrer a bancos de esperma e a técnicas de inseminação. A lei das barrigas de aluguer, ou “gestão de substituição” torna possível recorrer ao útero de outra mulher, em casos de problemas de saúde que impeçam a gravidez.
O Bloco de Esquerda tem ainda na calhe a lei da mudança de sexo de modo a ser conhecido o direito à autodeterminação do género; com outros partidos, a lei da eutanásia que permita “ morte assistida em resposta a um pedido do próprio-informado, consciente e reiterado”. São as chamadas leis fraturantes que tocam em aspetos vitais. As que enumerei no primeiro grupo pecam, a meu ver, por não terem em vista o bem da criança, mas apenas a satisfação das mulheres que querem ser, ou não serem mães. Ainda há poucos dias o papa Francisco dizia que há muitas formas de maternidade, desde a adoção de crianças, à adoção de atitudes de serviço aos outros. Sobre a eutanásia já aqui apresentámos muitas reflexões, quer dos nossos bispos, quer de particulares, e remeto para elas os meus leitores.
O que me parece estranho é ver o nosso Parlamento tão preocupado com estes assuntos, e tão pouco interessado nos problemas reais do país, onde descem as exportações, aumenta o desemprego, desce a balança de pagamentos, ouvem-se ameaças de sanções por parte da União Europeia; continua-se a tocar a orquestra até que o barco se afunde…
Só falta mesmo discutir o sexo do cartão de cidadão!

COMENTÁRIOS