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Ideias e factos: As solidões

Agostinho Dias - 12/07/2018 - 11:16

N férias, com a ausência dos pais no trabalho, os adolescentes ou ficam entregues aos avós, se os têm por perto, ou se ocupam em atividades de tempo livre (ATL), ou ficam em casa entregues a si próprios. Ficam com o telemóvel para comunicar com os pais e amigos, e com o tablet para brincar. Neste caso a realidade virtual dos jogos informáticos, substitui a realidade presencial dos amigos. Estão virtualmente acompanhados, mas realmente sós. Isto acontece sobretudo nos centros populacionais maiores, já que nas pequenas aldeias é mais fácil e segura a saída de casa sozinhos para se encontrarem com outras pessoas.
A O.M.S. classifica “os distúrbios dos videojogos como uma forma de perturbação mental, quando manifestam uma falta de controle crescente, ao longo de um período superior a 12 meses, e se tornam dependentes e mais ou menos desinteressados da realidade”. Já é frequente vermos adolescentes até em grupo, mas de tal maneira presos ao virtual, que se abstraem completamente do mundo real que existe à sua volta. E isto é uma nova forma de solidão e de dependência sempre prejudicial para quem vive assim.
A par do isolamento dos idosos que vão sendo deixados sós pelos seus filhos e netos, a par do isolamento das pessoas das pequenas aldeias cuja população se vai reduzindo cada vez mais, a par do isolamento psicológico dos que vivem nas grandes cidades ignorados por todos no meio de muitos apartamentos, surge agora esta nova forma de isolamento virtual, que não fácil para quem a vive. Há que lutar contra todas as solidões, criar laços de solidariedade e afeto, e não deixar que as solidões dominem o nosso mundo. E isso é tarefa de todos nós…

 

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