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Ideias e factos: Cuidar da floresta

Agostinho Dias - 01/02/2018 - 10:14

A lei 114/2017, de 29 de dezembro, determina que até 15 de março, os proprietários de terrenos confinantes a edificações são obrigados a sua limpeza numa faixa de 50 metros, à volta daquelas instalações; nos aglomerados populacionais esta faixa passa para 100 metros. Em caso de incumprimento os responsáveis ficam sujeitos a penalizações. As Câmaras Municipais devem substituir os proprietários em incumprimento, que devem depois ressarcir os municípios das despesas efetuadas.
A lei seria perfeita se os proprietários dos terrenos fossem capazes de fazer eles próprios a limpeza, ou se tivesse posses para a mandar fazer. O que acontece é que muitos são idosos, com reformas de miséria, às vezes em lares, sem que os herdeiros se preocupem nada com esses terrenos. Outras vezes o proprietário é o próprio Estado, que é o primeiro a não dar o exemplo de fazer essas limpezas.
É preciso encontrar quem cuide efetivamente das nossas florestas. Os eucaliptos das celuloses não têm ardido, porque têm gente permanentemente a cuidar da sua limpeza e do combate aos incêndios. E são eucaliptos, a tal árvore que muitos dizem que arde com muita facilidade. O projeto das zonas de intervenção florestal que incentivava a modelos associativos por parte dos proprietários florestais, pode ter sido um bom começo. Não resultou, porque as ZIF apenas ficaram no papel e no terreno não havia ninguém a quem se pagasse para cuidar e defender as florestas nelas existentes. Os tais sapadores ou guardas florestais, pagos por alguém, terão de estar a tempo inteiro no terreno a cuidar das florestas. Se a madeira dá lucro, se ás árvores são necessárias, têm de ter quem cuide delas efetivamente, para não termos de nos andar todos a lamentar, quando elas ardem. Na agricultura os terrenos têm de ver o dono todos os dias, ou só produzem silvados…

 

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