No dia 25 de abril vamos celebrar o 42.º aniversário da nossa democracia.
É urgente aclamar os valores da democracia que permitem incentivar e pôr a nu uma tanta podridão que anda por aí à solta.
Só a democracia permite tornar arguidos os políticos corruptos, os corruptos, os papéis do Panamá, os polícias, que em vez de perseguir os traficantes de droga, se unem a eles, os funcionários do fisco e das finanças corruptos.
Só a democracia pôde pôr a nu os acontecimentos que envolveram o Banco Português de Negócios (B.P.N.), o Banco Privado Português (B.P.P.), o Banco Espírito Santo (B.E.S.), do Banco Internacional do Funchal (Banif). Só a democracia permite a averiguação em curso aos ruinosos negócios da TAP, e toda a enxurrada de delitos sórdidos movidos pela fraude, a ganância e a mentira, como a lavagem de dinheiros vindas do tráfico de droga, de armas ou de pessoas.
Há quem diga que a democracia, pela liberdade que traz, é a causa de todos estes delitos.
No entanto, se analisarmos a história, delituosos com Hitler, Mussolini ou Franco, para falar só nos mais conhecidos do século passado, existiram, levaram os seus projetos avante com prejuízo para toda a humanidade e não houve justiça que se lhes oferecesse, precisamente porque eram ditadores.
Há pois que separar o trigo do joio, não deixarmos perverter a democracia, tomada de assalto por aqueles que, como ditadores querem apenas enriquecer e dominar, seja de que modo for.
O 25 de abril é pois o dia para aclamar os valores da democracia que impedem as monstruosidades de alguns; não culpemos a democracia pelos devaneios daqueles que despidos de qualquer valor a põem em perigo com as suas atitudes de democratas fingidos.