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Ideias e Factos: Moralizar a vida pública

Agostinho Dias - 08/02/2018 - 9:42

Diz o dicionário que o nepotismo é “a prática de dar importantes cargas políticos, ou funções de relevo nos negócios aos membros da própria família”. Deste modo favorecem-se parentes ou amigos, em detrimento de pessoas mais qualificadas na nomeação de cargos oficiais, habitualmente conhecidos por “tachos”. A fim de evitar estas situações, proibidas por lei, instituiu-se a “cunha”, que consiste na prática de “empregos cruzados”: eu assalario os teus presentes e tu assalarias os meus e deste modo todos ficam com “um tacho”. É muito fácil detetar situações destas entre os nossos políticos, apesar de tanto se falar na necessidade de “moralizar a vida pública”. Apesar de tudo situações destas já levaram à demissão de gente em altos cargos da nação…
Hoje assiste-se em Portugal à ação dos magistrados públicos instruindo processos judiciais, tendentes a combaterem este “tráfego de influências” ou até “subornos”. São vários os processos em que estão a ser investigadas pessoas importantes acusadas destes crimes, num esforço de moralização da vida pública. Eles incluem políticos, gente de negócios, banqueiros, juízes, etc., alguns até com ligações internacionais. Está-se a empreender nos tribunais uma luta de tintãs. Por um lado são crimes difíceis de provar porque foram pensados e praticados com perícia de modo a não deixarem rasto; por outro lado são contra gente poderosa que utiliza todas os estratagemas para se poderem defender, ou pelo menos para adiarem o julgamento, até à prescrição dos crimes. Contudo, parabéns à nossa justiça que tenta enfrentar esta gente poderosa; só esperamos que tenham êxito na moralização da vida pública, que bem necessário é para o país.
agostinho.dias@reconquista.pt

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