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Ideias e factos: O mundo da corrupção

Agostinho Dias - 15/03/2018 - 9:00


A corrupção, que consiste em comprar com o dinheiro, aquilo que só se deveria adquirir com o trabalho e o próprio mérito, dentro da lei e da moral, parece ser uma prática comum na vida pública portuguesa. Existe na governação do país, na administração central e autárquica, no sistema bancário, nas instituições de solidariedade social, no desporto, e ao que parece, até no próprio Vaticano, além de agora também afetar gravemente os tribunais e o próprio ministério público, pilares fundamentais do estado de direito.
São muitos casos, alguns de grande complexidade e difíceis de provar, pelo que a tendência é a morosidade da justiça na sua apreciação, agravada por todos os expedientes da parte dos arguidos para que o julgamento seja adiado o mais possível. Segundo notícias vindas a público alguns casos têm sido investigados com base em denúncias anónimas. É ainda necessário investigar tais denúncias para evitar que a delação se torne um instrumento de vingança pessoal, ou de difamação de pessoas e instituições, o que agrava a morosidade. 
Tudo isto acontece porque vivemos numa sociedade que despreza os valores éticos, sejam de cariz religioso ou secular, e que põe à frente de tudo o consumo de bens materiais e a satisfação de modos de vida que custam muito dinheiro. A vaidade e a ostentação faz com que as teias da corrupção sejam cada vez mais sofisticadas e frequentes, e por isso mais difíceis de provar. De um modo geral os arguidos estão todos de consciência tão tranquila, apoiados por advogados tão convictos que, ou o Ministério Público apresenta provas evidentes dos crimes, ou eles negam-nos todos perentoriamente , apesar de jurarem dizer só a verdade e toda a verdade. Sinais dos tempos…
Razão tem o Papa Francisco para dizer que “a corrupção não tem perdão, porque o corrupto nunca se arrepende”.
agostinho.dias@reconquista.pt

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