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Ideias e Factos: Os ideais europeus

Agostinho Dias - 06/04/2017 - 11:01


Num tempo em que vemos a Inglaterra a sair da União Europeia, em que outros dirigentes políticos exigem o mesmo, celebrou-se a 25 de março, em Roma, o 60.º aniversário da Comunidade Económica Europeia e da Comunidade Europeia da Energia Atómica.
Recebidos pelo Papa Francisco, os chefes de governo dos países da União Europeia, escutaram um discurso a todos os títulos memorável. Depois de recordar “que não se pode compreender o tempo em que vivemos sem o passado, entendido como linfa vital que se destaca no presente”, lembrou os ideais dos fundadores: “uma particular conceção da vida, fraterna e justa, à medida do homem, um modo de conceber o homem, a partir da sua dignidade transcendente e inalienável”. Advertiu contra a “tentação de reduzir os ideais básicos da União às necessidades produtivas, económicas e financeiras”.
Citou S. João Paulo II que dizia: “A Europa permanece unida, porque, além das raízes comuns, vive os idênticos valores cristãos e humanos, como os da dignidade da pessoa humana, do profundo sentimento de justiça e liberdade, de laboriosidade, de espírito de iniciativa, de amor à família, de respeito pela vida, de tolerância e desejo de cooperação e de paz”. E continuou: “o nosso tempo é dominado pelo conceito de crise: económica, familiar, entre instituições, dos emigrantes”. Contudo “a palavra crise significa investigar, avaliar, julgar”… As respostas à crise estão nos pilares em que a Europa foi fundada: “centralidade do homem, solidariedade concreta, abertura ao mundo, busca da paz e do desenvolvimento, abertura ao futuro”.
E já a concluir: “a Europa é uma família de povos – existem susceptibilidades diferentes, mas todos podem crescer na medida em que se está unido. A União Europeia nasce como unidade das diferenças e unidade nas diferenças”. E concluiu: “A Europa encontra esperança na solidariedade, que é também o mais eficaz antídoto aos populismos modernos. A abertura ao mundo implica a capacidade de diálogo como forma de encontro”. “A Europa encontra a esperança quando investe no desenvolvimento e na paz, quando se abre ao futuro”.

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