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Ideias e Factos: País de idosos

Agostinho Dias - 04/10/2017 - 9:43

Cada vez é mais elevado o número de idosos em Portugal, se considerarmos neste grupo os maiores de 66 anos, idade atual da reforma. O aumento da natalidade tarda em acontecer; este ano nasceram diariamente menos cinco bebés do que no ano passado. A esperança média de vida não para de aumentar e já vai acima os 80 anos; 85 para as mulheres e 82 para os homens. Os lares de idosos e centros de dia, quer das aldeias, quer das vilas e cidades, estão com listas de espera para os lugares que venham a ter disponíveis. Na verdade tudo isto porque mais de 21% da população é idosa.
Há dias estava eu num lar de idosos quando na rua passou uma ruidosa caravana da campanha eleitoral das autárquicas. O comentário foi logo este: “para nós não há dinheiro, mas para os políticos nada falta”. O cidadão comum tem alguma dificuldade em entender o que considera supérfluo, nomeadamente a publicidade dos candidatos.
Não é possível recolher nos lares todos os idosos que queiram, por falta de apoio ao alargamento das instalações; nem todos os idosos podem ir para os lares por não terem condições de pagamento da sua estadia.
No entanto, esta gente não tem poder reivindicativo, não faz greves, e só quem tem esse poder hoje é ouvido pelos governantes. Apesar das dificuldades, a sociedade vai evoluindo, os salários vão amentando, mas o melhor que os políticos conseguiram fazer pelos idosos nos últimos anos, foi descobrir que eles também tinham de pagar IRS e contribuir para o seu subsistema de saúde, como se estivessem no ativo. As questões sociais, na nossa política, ficam sempre para último lugar. 

 

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