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Ideias e factos: Para onde vai o nosso dinheiro

Agostinho Dias - 27/10/2016 - 9:37

Todos nos queixamos dos impostos e taxas que temos de pagar ao longo do ano, direta ou indiretamente, e não vemos meio de diminuir; até as multas vêm engordar esta sangria do nosso bolso. Se com este dinheiro conseguirmos melhores serviços de saúde, de educação, uma maior segurança, quer social, que cívica, melhores transportes e estradas, mais cultura e lazer, redistribuir a riqueza com os mais pobres, concordamos que vale a pena sacrificarmo-nos para ter estes benefícios.
No entanto, creio mesmo que a maior quantidade daquilo que pagamos não se destina a estes fins, mas a remediar erros do passado. Em 2016 pagámos de juros da dívida pública mais de 8 mil milhões de euros, o que representa 4,3% do que produzimos em todo o ano e em 2017 vamos repetir a dose. Não somos o país da União Europeia que tem a maior dívida, mas somos o que paga mais juros, porque pagamos à taxa de 3,5% ao ano, ao passo que os outros têm taxas mais baixas.
Em 2016 ainda não sabemos bem quanto é que teremos de pagar para saldar dívidas de bancos como o BES, a Caixa Geral de Depósitos e outros, mas fala-se em números que não ficam atrás dos juros da dívida;  são créditos mal-parados, negócios escuros, possíveis desfalques, e lá vão mais quase 5% do que produzimos.
Se fizermos as contas a fundações, ordenados de boys, rendas a quem vive bem, subsídios vitais a políticos, listas de “pessoas intocáveis”, e outras tantas mordomias de que não tiramos quase nenhum proveito, lá se vai mais uma fatia do nosso orçamento. O que é fato é que nem os juros, nem a reestruturação dos bancos, nem todas estas alcavalas, contribuem para o bem estar do país, mas são heranças pesadas que nos legaram.
É preciso muito crescimento económico, muito boas  administrações, embora pagas bem caras, para andarmos para a frente. Infelizmente não é isso que estamos a ver.

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