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Ideias e factos: Quem não chora

Agostinho Dias - 19/04/2018 - 14:42


Todos sabemos que em Portugal há hospitais e escolas com instalações muito degradadas, às vezes funcionando em contentores. Todos sabemos do tempo das listas de espera para consultas de especialidade, que chegam a atingir anos em alguns centros de saúde, por falta de médicos. Todos sabemos de aparelhos obsoletos ou que deixaram mesmo de funcionar, dificultando a realização de exames necessários ao diagnóstico das doenças. Todos sabemos como o orçamento para a cultura, há vários anos, é exíguo para as exigências dos agentes culturais. Todos vimos no ano passado como os meios de combate aos incêndios, e não foi só o Siresp, foram poucos e ineficazes. Todos sabemos das estradas degradadas que temos no país, e não é só o IP3, ou a 125, ou a ponte 25 de abril, de modo a provocar o aumento de acidentes rodoviários.
Para manter o deficit do orçamento deste ano nos 0,7%, não é possível acudir a todas as situações ao mesmo tempo e por isso a dívida dos hospitais públicos aumenta 93 milhões de euros por mês. O que o governo não pode nem deve fazer é acorrer á solução destas situações, só quando os jornais, televisões, partidos, sindicatos, vêm para a rua fazer barulho. O critério do desbloqueamento de verbas para resolver as várias situações, não pode ser o da chinfrineira na praça pública. Daqui para a frente como “quem não chora, não mama”, vamos estar sujeitos a greves, manifestações, abaixo-assinados, campanhas na televisão para resolver as situações de toda a ordem. Nem sempre quem tem a capacidade de fazer mais barulho, é quem tem uma necessidade mais urgente. Os governos e os partidos devem ter critérios conhecidos no orçamento de Estado para distribuir os dinheiros de modo a acudir às necessidades mais prementes. O que vai para além disto, não passa de eleitorismo puro. 

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