Segundo o Instituto Nacional de Estatística, os portugueses estão a poupar cada vez menos, porque gastam cada vez mais.
Entre janeiro e setembro deste ano, gastaram em compras via multibanco cerca de 97 milhões de euros por dia, o que dá uma média de 100 euros por habitante.
Julho foi o mês em que gastaram mais, três mil e trinta e cinco milhões de euros, e fevereiro o que gastaram menos, e mil e quarenta e sete milhões.
A taxa de poupança andou no 2.º semestre pelos 5,2% do rendimento disponível abaixo de 5,5% do período homólogo do ano anterior.
É preciso voltar a 2008 para encontrarmos valores dessa grandeza.
Isto fez com que o consumo seja mesmo o motor do nosso crescimento económico, de que tanto se ufanam os nossos governantes.
O problema que se põe, é se este crescimento é suportado pela produção real, ou é apenas ficcionado.
É que se o crescimento não é fundamentado nas exportações e na produção de bens, estamos a ser ludibriados com estes pretensos sucessos.
Nesse caso não será pelo consumo que crescemos, mas pela poupança.
Como idênticas causas, dão idênticos efeitos, poderá estar a acontecer o que sucedeu na época pré-socrática, que depois deu a bancarrota e o consequente apertar do cinto.
Não adiante dizer que se vive feliz, se isso é um engano.
Atendendo aos ordenados que temos, gastar em média 100 euros por dia, 3 mil por mês, é sinal de endividamento para a maioria dos portugueses.
É natural que vivendo deste modo todos peçam aumentos salariais, façam greves para o conseguirem e dificultem em muito a feitura do orçamento do estado para 2018.
Defender o aumento do défice público, como fazem os partidos da esquerda, é estar a potenciar uma nova bancarrota no futuro próximo, quando as condições económicas da Europa forem menos favoráveis.
Vamos andando e vendo…