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IPCB e autarquias querem dar oportunidade às regiões envelhecidas

- 08/11/2017 - 11:03

O Instituto Politécnico de Castelo Branco acaba de lançar um projeto para intervir nas zonas envelhecidas, em parceria com as autarquias albicastrense e idanhense. A iniciativa está alargada a Bragança, Portalegre e Guarda.

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O nome do projeto pode ser difícil de pronunciar (PerSoParAge), mas traduzido significa a procura de recursos pessoais e sociais para a autonomia e participação social numa sociedade envelhecida. Quer isto dizer, que pretende atuar nas zonas envelhecidas, criando propostas e intervindo junto dos territórios em que a população mais velha domina.

O projeto, apresentado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB) ao Sistema de Apoio à Investigação Científica e Tecnológica (SAICT)/2016, reúne ainda os institutos politécnicos de Bragança, de Portalegre e da Guarda e as Câmaras de Castelo Branco e Idanha-a-Nova. A primeira sessão de trabalho decorreu na Escola Superior de Educação, na última semana.

Em nota enviada ao nosso jornal, o IPCB explica que o projeto terá uma duração de 18 meses. Coordenado pela docente da Escola Superior de Educação albicastrense, Maria João Guardado Moreira, integra outros docentes do Politécnico, casos de Henrique Gil (ESE), Vitor Pinheira e Eugénia Grilo (ESALD) e Fernando Leite Pereira e José Massano Monteiro (ESA).

O orçamento total é de 149.849 euros, repartido entre as instituições envolvidas, comparticipado a 85%, cabendo ao IPCB um valor de 92.417 euros.

De acordo com a mesma nota enviada pelo IPCB, o projeto pretende "desenvolver propostas e ferramentas de análise e intervenção que respondam aos desafios das regiões envelhecidas do interior de Portugal".

A intervenção será feita em concelhos rurais e urbanos dos distritos de Castelo Branco, Guarda e Portalegre, e além de uma fase avaliativa integra o "desenvolvimento de ferramentas baseadas em Sistemas de Informação Geográfica que permitam uma análise dos recursos e sua adequação às necessidades das populações e municípios". Além disso, revela o Politécnico, "tem uma componente de avaliação do conhecimento, utilização e potencial das Tecnologias de Informação e Comunicação pelas pessoas mais velhas das regiões estudadas".

Outro dos objetivos desta investigação é o de contribuir para "o desenvolvimento de ações e políticas locais que promovam a autonomia e a participação das pessoas idosas nas suas comunidades".

Para a realização deste projeto, prevê-se a contratação de bolseiros para o desenvolvimento dos trabalhos de campo e o envolvimento de alunos (de todos os Politécnicos copromotores) quer de licenciaturas quer de mestrados, no âmbito de unidades curriculares da sua formação, contribuindo desta forma para o reforço da ligação entre o ensino e a investigação aplicada.

ESTUDO A aposta do IPCB em projetos na área do envelhecimento não é nova. Em agosto, Maria João Guardado Moreira tinha já anunciado a elaboração de um Plano Gerontológico do Concelho de Idanha-a-Nova, no último mês de agosto. Esse plano pretende "definir políticas sociais estratégicas, assentes nas reais necessidades da população idosa". Para além disso, procura "rentabilizar recursos e equipamentos, uma vez que é ao nível local e regional que existem muitos dos serviços essenciais orientados para a atividade dos idosos". Contribuir para a qualidade de vida das pessoas idosas e do resto da comunidade e mobilizar a população para participar na definição das futuras políticas da autarquia, é outra das apostas deste plano.

O envelhecimento é, no entender de Maria João Guardado Moreira, uma questão assumida por todos. A docente adiantou, durante o Programa À Volta, da RTP, que "os territórios do interior têm um envelhecimento muito pesado. O que nos interessa é conhecermos os modos de vida e os perfis de envelhecimento das pessoas. Por isso estamos a colaborar com a autarquia, com alunos de mestrados em gerontologia e saúde e com docentes do Politécnico para fazer um levantamento das necessidades e das expetativas das pessoas idosas".

Maria João Guardado Moreira explicou ainda que "interessa também perceber como é que vão ser as pessoas idosas daqui por 10 ou 20 anos e quais as suas necessidades. São estes dados que nos permitirão desenvolver o plano que permita o envelhecimento ativo da população. Para além disso, queremos que as pessoas validem as nossas propostas e façam o seu contributo. E esta é uma questão fundamental no conhecimento do envelhecimento do interior português".

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