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Machado: "Construir uma nova equipa é inevitável"

Artur Jorge - 05/06/2016 - 8:30

Presidente diz que o cinto vai apertar porque o clube que dirige é cumpridor. Mas tranquila adeptos: "fazemos sempre boas equipas".

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António Machado valoriza a fidelidade dos jogadores da casa (foto Francisco Afonso)

O presidente do Benfica e Castelo Branco confessa em entrevista ao nosso jornal "algum amargo de boca" por ter estado por três vezes próximo do futebol profissional. Mas realça a projeção desportiva do clube com estas presenças na fase de subida do Campeonato de Portugal.

 

As portas estavam abertas para Ricardo António...

- "Sempre dissemos que as portas ficavam abertas. É um treinador com uma forte ligação ao BC Branco. E foi a nossa primeira aposta depois de confirmada a saída do anterior técnico. E olhe que não faltavam interessados".

É a nova época em preparação.

- "Há algum tempo. Estamos a falar com os jogadores. Primeiro com os de cá. São eles que contribuem para a mística. Alguns não jogam com regularidade, mas têm alegria e fidelidade ao clube. Valorizamos imenso isso".

O plantel vai sofrer mais uma sangria?

- "É inevitável. Já estamos habituados. Conseguimos manter a mesma equipa nos dois primeiros anos e tirámos frutos. Agora é mais difícil. Na altura não nos conheciam tanto. Agora todos aqui vêm buscar jogadores. O João Lucas, por exemplo, esteve a treinar num clube de 1.ª Liga. O que podemos receber? Um ano de formação, pois ainda não tem 23 anos".

Os clubes ficam "reféns" dos empresários?

- "Não é isso. Prefiro ver os agentes dos atletas como parceiros. A questão é que os jogadores querem mais e melhor, sobretudo a nível do vencimento".

Pode prometer mais uma boa equipa?

- "Fazemos sempre boas equipas! Mas teremos de desinvestir. Encontrar os jogadores certos, mediante os valores que podemos praticar. As despesas são imensas. Um orçamento não é apenas os pagamentos ao futebol sénior. É sempre a somar. Se calhar, não poderemos chegar aos jogadores que desejaríamos, mas os que vieram hão-de corresponder".

Três anos sempre perto da subida. Algum amargo de boca?

- "O balanço é positivo. É uma boa fase do BC Branco. Esteve nas decisões e pôs-se a cobro das fases de manutenção, que são terríveis. Quem cai lá é uma angústia muito grande. Naturalmente, alguma amargura porque nos três anos poderíamos ter subido. Era um prémio para a cidade e para os albicastrenses que gostavam de ver o seu clube nas ligas profissionais".

E o Machado gostava?  

- "Que era bonito, era. E que sempre se fez para que isso fosse concretizado, também. Nunca de forma desenfreada. Os jogadores tinham ambição e nós fazemos as coisas de forma profissional. Penso, contudo, que se ao nível da estrutura e da organização, estaríamos preparados, faltam outras coisas. Falam-me em mais receitas, daqui e dali, mas para abraçar uma liga profissional o dinheiro tem de chegar primeiro".

O que não teria feito na época passada?

- "Não me arrependo de nada. Em cinco anos de mandato foi a segunda vez que houve uma mudança técnica com a época em curso. As opções foram tomadas em consciência. Voltaria a assumi-las. Hoje tornava a convidar o nosso primeiro treinador. Foi incansável na dedicação e na vontade que tem em singrar. Mas o futebol não é exato".

 

Tentou renovar com Rui Amorim?

- "Foi feito um balanço, deu-nos coisas boas, nomeadamente ao nível da promoção da imagem do clube. Solicitei-lhe uma proposta. Não está dentro das nossas possibilidades. Compreendo-o. O que lhe podia dar era o mesmo da última época. O BC Branco faz orçamentos a dez meses e não até ao Natal".

O futebol juvenil teve uma época muito boa.

- "Estamos no bom caminho. Temos pessoas de qualidade na nossa estrutura, bons pedagogos e educadores. Isso faz com que a maioria dos jogadores queira permanecer connosco. Deixa-me contente saber que nos juniores a taxa de abandono tenha sido muito reduzida e a presença nos treinos alta. O comportamento desportivo e social do futebol juvenil foi ótimo".

 Vão subir juniores aos seniores?

- "Três ou quatro vão integrar o plantel principal. O diretor desportivo e o coordenador do departamento, já estiveram reunidos com a equipa júnior e passaram a mensagem. Os que vão subir estão monitorizados. Outros terão possibilidade de permanecerem juntos numa equipa do distrital, para que possamos acompanhar a evolução. Os restantes ficam nos juniores e a exemplo deste ano irão participar nos treinos de conjunto dos seniores".

 

 

 

 

 

"Reforços de inverno renderam tarde"

Os reforços da janela de transferências de inverno, só se mostraram na 2.ª volta da fase de subida. O rendimento tardou...

- "Concordo. Por exemplo: se soubéssemos que o Evandro estava sem jogar há algum tempo, teria vindo um mês antes para readquirir a forma, como fizemos uma vez com o Hugo Seco. E então estaria no ponto. Mas se muita gente soubesse que estava livre, não teria vindo para aqui. Tem qualidade extraordinária. Mas é um facto que quem teve mais tempo de jogo na fase de subida já cá estava".

É uma situação que tem de ser reavaliada?

- "Nunca fomos particularmente interventivos no mercado de inverno. Fazemo-lo para colmatar saídas de quem está insatisfeito por não jogar, ou por determinado tipo de atitudes. É nessa base".

 

Em 4.4.2 a equipa "aprendeu" a marcar golos.

- "São números. E os números são frios. É preciso vivenciar as coisas. O trabalho estava lá, os jogadores também, umas vezes as coisas resultam, outras não. Não há equipa que aguente cinco empates e duas derrotas na 1.ª volta. E só três golos apontados. Acreditámos no trabalho das pessoas e fomos premiados com uma excelente 2.ª volta. E ainda estou para ver a imagem do golo do Casa Pia ao Cova da Piedade. Publicavam todos, mas aquele não vi em lado nenhum...

Regressando à questão: de facto coincidiu a produtividade de golos com essa nuance tática".

André Azevedo rendeu dinheiro?

- "Os interesses do BC Branco foram salvaguardados em termos de uma futura transferência ou em revalidações de contrato".

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