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Motores: Era “assim” o desporto automóvel pré 1964, na Sala da Nora

Artur Jorge - 12/12/2018 - 14:34

Um Circuito das Beiras em 1903 e o inevitável A.R. são alguns dos elementos históricos patentes na exposição compilada por um indefetível da área.

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Francisco Carrega é o autor da compilação que está na génese da mostra patente ao público na Sala da Nora

“Desporto Motorizado em Castelo Branco Pré 1964” é o tema da exposição patente ao público da Sala da Nora, na cidade albicastrense, até 27 de janeiro de 2019. Resulta de uma pesquisa documentária de Francisco Carrega e retrata a vida do desporto automóvel na capital de distrito nas primeiras seis décadas do século passado, até à fundação da Escuderia Castelo Branco, o clube que agregou todo esse entusiasmo.

Na inauguração da mostra, no último sábado, Carlos Semedo destacou o interesse da compilação (onde constam vários registos do Reconquista), “pelo seu caráter inédito”. O assessor para a área cultural da presidência da Câmara de Castelo Branco, cataloga a exposição de “um estilo muito coloquial, sem pretensão de se assumir como estudo histórico”. A recolha é disposta em jeito de “quem conta uma história”, onde muitos dos visitantes se poderão “encontrar com algumas das suas memórias”. Carlos Semedo frisou, na circunstância, que “há exposições documentais que radicam uma relação muito próxima com a história da região, do concelho e da cidade”. Neste ponto de vista, defendeu, “esta é particularmente interessante” e deu igualmente azo à edição de uma brochura.

Data de 1903 o primeiro registo de uma prova automobilística em Castelo Branco: um Circuito das Beiras, com partida de Coimbra e chegada de etapas a Castelo Branco, Guarda e Coimbra. O autor da pesquisa fala de “uma exposição de âmbito global”, feita com o interesse e entusiasmo de quem nutre pelo desporto motorizado uma grande paixão. O mote está dado, diz Francisco Carrega: “Há muita matéria que pode ser desenvolvida a partir desta documentação”.

“Há um grande culpado por este interesse que tenho pela história do desporto automóvel: Carlos Tomaz. Ao longo dos anos apercebi-me que ele é a bíblia desta área em Castelo Branco”, salientou Francisco Carrega.

Os registos jornalísticos do A.R., um veículo desportivo construído em Castelo Branco e que, como vincou Francisco Carrega, “obteve grandes êxitos na década de 1950, perante marcas já então afirmadas no desporto automóvel”, estão presentes na exposição. O atual proprietário do carro, com quem o nosso jornal há uns anos falou, fez questão de marcar presença na inauguração. O carro construído por Alcobia e Ribeiro (AR) encontra-se em coleção na vila do Gavião, distrito de Portalegre. A escrita da época atesta-o: “De um Peugeot 203, ou reminiscências de um Peugeot 203, nasceu como um passe de mágica, o A.R. – esse mesmo airoso automóvel que na VII Volta a Portugal conseguiu honrosíssima classificação e competiu, sem desfalecimento de carburadores, velas e baterias, com os Mercedes, Ferraris e Porsches, esses meninos bem do mundo dos automóveis de corrida”.

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