Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Leitores: Os incêndios florestais. Duas faces de uma moeda, do nacional ao local

Helder Henriques - 31/08/2017 - 12:12

A época de verão que estamos a viver tem sido profundamente marcada pelos incêndios florestais.

Partilhar:

A época de verão que estamos a viver tem sido profundamente marcada pelos incêndios florestais. As primeiras linhas que gostaria de dedicar, através deste texto, dirigem-se a todos aqueles e aquelas que combateram os incêndios e que deram o seu melhor nos múltiplos teatros de operações que foram surgindo, em particular, no concelho de Castelo Branco. Feita esta pequena introdução, a devastação que trouxe o desalento às populações do país, e do nosso concelho, serviu também para mostrar a face de alguns líderes políticos nacionais e locais. 
Do ponto de vista nacional, assistimos aos partidos políticos de direita com uma atitude, a meu ver, pouco digna. Refiro-me ao modo como PSD e CDS se posicionaram perante tamanho problema procurando, ainda a terra estava quente, transformar esta devastação num problema com uma matriz associada, essencialmente, à política do atual governo! 
Pedro Passos Coelho e Assunção Cristas não perderam a oportunidade, desde o incêndio de Pedrógão Grande, de procurar tirar dividendos políticos desta situação crónica para as populações. A sua preocupação não consistiu em encontrar soluções para resolver o problema, ao invés procuraram agravar a situação construindo retóricas discursivas relacionadas com o eventual sentimento de insegurança dos Portugueses.  
Todavia, esta narrativa que procurou culpabilizar os membros do governo é facilmente rebatível! Para quem tem memória curta, recordamos que o presidente do PSD foi primeiro ministro durante quatro anos (2011-2015). Ou não? Teve responsabilidades políticas ao mais alto nível. Ou não? E, em articulação com a então Ministra da Agricultura, Assunção Cristas, atual líder do CDS – PP, simplificou a plantação da cultura do Eucalyptus, com a publicação do DL nº 96/2013, de 19 de julho. Ou não? 
Estas evidências constituem factos que contrariam em toda a linha a narrativa construída pelos partidos de direita. Ainda recentemente Assunção Cristas assumiu publicamente que “os estudos mostram que a grande maioria dos casos, para não dizer quase todos, têm a ver com causas humanas, negligentes ou intencionais” (entrevista ao Jornal Expresso, de 27 de agosto de 2017). Isto leva-nos a questionar: se assim é, porque procuraram responsabilizar o governo do Partido Socialista? Porque tentaram criar uma sensação de insegurança junto dos Portugueses? A resposta parece óbvia: é preciso criar uma nublosa sobre os muitos sucessos deste governo!
Felizmente, do ponto de vista regional, a atitude da Autarquia Albicastrense foi digna, respeitosa e de acompanhamento dos diversos incêndios na perspetiva de encontrar as soluções mais ágeis e eficazes para as populações. Neste ponto, em particular, deve ser realçada a ação da Câmara Municipal de Castelo Branco que tem procurado resolver os problemas que os incêndios provocaram. A título de exemplo, foram realizados relatórios, posteriormente ao incêndio de Louriçal do Campo, e o Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, Luís Correia, deu instruções no sentido da reparação das estruturas básicas danificadas que fossem pertença pública, deu indicação para se proceder à necessária reparação de caminhos, de abastecimento de água e, também, entre outros, de estruturas de apoio social capazes de responder às necessidades das populações. Tudo isto em articulação direta com a Junta de Freguesia. No mesmo sentido, e em relação ao antigo Colégio de S. Fiel, fustigado pelas chamas, a autarquia Albicastrense já manifestou que fará parte de uma solução a encontrar para o problema que ali existe há vários anos. 
Não posso terminar este breve texto sem realçar a ação incansável do Presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco no acompanhamento aos incêndios no terreno, a ação dos nossos Bombeiros, a Comissão Municipal de Emergência que reuniu em tempo útil e ativou o Plano de Emergência Municipal e Proteção Civil,  as Instituições Particulares de Solidariedade Social, a Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, a Segurança Social, a PSP, a GNR, os presidentes de Junta de Freguesia que se mostraram sempre incansáveis e solidários uns com os outros, e todas os cidadãos e empresas que ajudaram neste combate desigual. Uma vez mais, ficou demonstrada a capacidade de união do nosso concelho quando as adversidades, como estas, chegam até nós. 
Agora é tempo de renascer e preparar o futuro!    

Membro da Assembleia Municipal de Castelo Branco.

COMENTÁRIOS

Carlos Romualdo
à muito tempo atrás
Sr. Prof. Doutor Helder Henriques, existe uma enorme diferença entre "contar estórias" sobre aquilo que foram os "nossos" incêndios, na comunicação social, e viver os factos da sua história "in situ".