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Pais em tempos de crises: Como melhor proteger os filhos perante a separação dos pais?

Mário Freire - 20/10/2016 - 9:30

Esta era a questão que colocava, ao terminar a última crónica.
Ora, numa separação há que salvaguardar sempre o crescimento harmonioso, físico e psicológico, da criança. Como alcançar este desiderato? Muito simples mas, por vezes, muito difícil: através do diálogo e do respeito mútuo.
Seria importante que os pais se consciencializassem de que a criança é um ser indefeso que merece muito respeito. E este implica que a criança continue a sentir que tem pai e mãe e que ambos prosseguem a relação de proximidade que com ela mantinham. Infelizmente, nem sempre assim acontece. Preocupados com as guerras que trazem atrás de si, muitos pais servem-se dos filhos como arma de arremesso para agredir o outro ex-cônjuge. Trata-se da chamada alienação parental que visa um pai ou mãe destruir os laços entre o filho e o outro progenitor. É um acto abominável que, além de aprofundar o fosso entre o pai e a mãe da criança, cria nesta traumas que irão perdurar pela vida fora.
Se se puser o bem da criança acima dos possíveis desentendimentos, a regra seria a atribuição a ambos os pais o exercício das responsabilidades parentais. E é isto que está contido, entre muitos outros aspectos, no Código Civil que regula estas matérias. Tal significaria que pai e mãe assegurariam conjuntamente o sustento e decidiriam em matéria de educação, saúde, etc. Concretizando, ambos os progenitores, após a separação, de forma concertada, tomariam a decisão de colocar o filho na escola A ou na escola B, de ir para a música ou para a natação, de ir ou não ir numa excursão da escola, etc..
Este tipo de guarda implica uma convivência estreita entre pai e mãe e uma vontade de ambos para tomarem decisões conjuntas. Os meios de comunicação hoje existentes, via internet, permitem, mesmo que os pais estejam distanciados geograficamente, a exequibilidade deste tipo de guarda. 
A guarda partilhada dos filhos, independentemente da residência da criança (alternada ou fixa), parece ser aquela que melhor serve o seu desenvolvimento global, desde que os pais assumam devidamente as suas responsabilidades. Assim haja a disponibilidade e a força de vontade em pôr os interesses dos filhos acima dos seus próprios interesses! 

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