Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Pais em tempos de crises: O papel do pai

Mário Freire - 22/03/2018 - 9:15

Teve lugar no passado dia 19 o chamado Dia do Pai. Na evocação deste dia, talvez se torne oportuno reflectir sobre o papel que cabe a este elemento da célula familiar. Qual a importância do pai no desenvolvimento dos filhos? Este tema tem suscitado a atenção de muitos investigadores e, nem sempre, as suas respostas são coincidentes, relativamente à questão formulada. 
A revista Análise Psicológica, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, trouxe um artigo Michael E. Lamb, prof. da Universidade de Cambridge e especialista em relacionamentos familiares, em que trata deste assunto e tenta situá-lo nas suas diferentes perspectivas. Assim, parece haver, segundo os dados observados, uma diferença entre o modo do pai se relacionar com os filhos, relativamente ao da mãe. Enquanto que esta investe mais nos cuidados a ter para com eles, o pai prefere mais ser um parceiro no jogo, na brincadeira. Tal, porém, não significa que este não seja menos capaz de cuidar da criança como, segundo Lamb, foi tornado claro por vários investigadores. “No entanto, as mães estão mais presentes no dia-a-dia do que os pais…”.
Veja-se, agora, a influência do pai no que se refere à formação da identidade sexual, à sua tipificação, isto é, à percepção que um filho tem sobre o seu próprio sexo. Ora, segundo Lamb, “as características do pai (tal como a masculinidade) são muito menos importantes formativamente do que o calor e proximidade do pai e a natureza da sua relação com o filho.” Trata-se de uma conclusão interessante, uma vez que são atribuídas mais à mulher do que ao homem estas características. No entanto elas, manifestadas no homem, como pai, induziriam “um melhor ajustamento dos filhos, pelo menos quando o ajustamento é definido em termos de tipificação sexual.” Por outro lado, estas mesmas características do pai iriam proporcionar nos filhos e no futuro quer melhores níveis de desempenho nas várias actividades em que eles tivessem que se implicar, quer um melhor ajustamento psicológico, em geral. Assim, parece concluir o especialista, “de estas três áreas do desenvolvimento – tipificação sexual, nível de desempenho e ajustamento psicológico - as crianças parecem mais favorecidas quando a sua relação com o pai é próxima e calorosa.”
Mas crianças há que vivem num lar com um pai ausente. Tal pode não ser necessariamente nocivo se, diz Lamb, aspectos económicos, sociais e emocionais forem preenchidos ou adequadamente desempenhados. No caso de um casamento terminado, o pai deveria continuar presente na rotina do filho. Um marido pode ser dispensado mas tal não significa que o pai não seja essencial para a criança. 

 

COMENTÁRIOS

Manuela
à muito tempo atrás
O autor deveria ter mais cuidado não só na forma como escreve, mas no rigor com que refere as fontes.