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A empatia na família

Mário Freire - 09/11/2017 - 10:23

Utiliza-se, frequentemente, a palavra “empatia” mas, raras vezes, ela é aplicada no seu verdadeiro sentido. A empatia consiste na capacidade não só de compreender a perspectiva psicológica de uma pessoa mas, também, de experimentar as suas reacções emocionais. Imaginemos um adolescente que chega a casa destroçado pelo facto de, na escola, os colegas troçarem dele. Podem ser variadas as reacções dos pais perante esta situação: não darem importância às queixas do filho; dizerem-lhe para ele, também, troçar dos colegas; apelidarem-no de “flor de estufa”, melindrando-se com qualquer comentário…ou, ainda, serem empáticos. 
Saiu nos Estados Unidos, em 2016, um livro da autora norte-americana Leslie Jamison com o título “Exames de empatia”. Tem sido um êxito esta obra, já traduzida em português pela editora brasileira Globo Livros, em que a autora reúne os seus melhores ensaios, partindo da dor como ponto de partida, ao mesmo tempo que propõe uma investigação sobre o significado da palavra “empatia”. 
Ora, nessa significação estão incluídos vários comportamentos. Assim, uma pessoa é empática quando consegue identificar na outra sinais não-verbais de que está em sofrimento, seja ele físico ou psicológico; quando consegue ouvi-la e compreendê-la sem a julgar, deixando de lado, por alguns instantes, as suas próprias crenças; quando consegue, inclusive, experimentar as reacções emocionais da pessoa que está junto de si. Enfim, uma pessoa é empática quando consegue colocar-se no lugar da outra. O exercício da empatia torna a pessoa que a pratica mais capaz de olhar o mundo através dos sentimentos do outro. É tudo isto que vai perpassando no livro de Leslie Jamison. 
De igual modo, como na situação atrás descrita, os pais podem prevenir ocorrências desagradáveis e ajudar os filhos a ultrapassar problemas, se os ouvirem, se forem empáticos, se tentarem colocar-se no lugar deles, não tentando, de imediato, fazer julgamentos. Adultos empáticos promovem crianças e adolescentes empáticos e, consequentemente, pessoas com melhores capacidades de se relacionarem com as outras. 
E quanto essas capacidades são fundamentais na família, no trabalho e na sociedade! 
freiremr98@gmail.com

 

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