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A discriminação da maternidade

Mário Freire - 08/06/2017 - 14:50

Núria Chinchila, espanhola, é uma estudiosa da conciliação da vida laboral com a familiar. No seu blog pode ler-se que “a discriminação da mulher no mundo laboral não se dá tanto por ser mulher mas, principalmente, por ser mãe ou vir a ter essa condição.” Na verdade, em muitas empresas que fazem selecção de pessoal, quando um candidato a um emprego é uma mulher jovem, frequentemente lhe é perguntado se prevê ser mãe. Este tipo de pergunta parece ter implícito que, se houver um homem com idênticas capacidades e qualificações, ela ficará preterida. Mais grave, ainda, é o que acontece em certas empresas, por vezes, de forma muito velada, de encontrar um motivo para despedir mulheres grávidas. 
É certo que uma mulher trabalhadora que seja mãe pode implicar algumas alterações na empresa onde trabalha. Desde logo, a maternidade obriga à ausência, durante algum tempo, ao serviço, além de situações daí decorrentes como sejam as doenças dos filhos. Mas há a outra perspectiva, vista pelo prisma do empresário responsável, que respeita a dignidade da pessoa, que entende o valor da família e lhe dá alegria que as suas empregadas possam ter filhos. Além disso, há que criar flexibilidade nos horários, usar as novas tecnologias para que certos trabalhos possam ser feitos em casa.
Por outro lado, homens e mulheres com filhos implicam-se mais nos seus postos de trabalho porque, tendo responsabilidades familiares, tendem a esforçar-se mais naquilo que fazem, a fim de conservarem o seu emprego. Claro que a conciliação das tarefas de ser mulher e mãe com o trabalho, para além de uma disponibilidade dos patrões que se traduza em encontrar soluções, passa por incentivos estatais para a criação de creches e outros benefícios. Embora nos casais jovens já se verifique com frequência a partilha das tarefas domésticas, há que incentivá-la. Uma coisa, no entanto, é certa: o homem não pode substituir a mulher no acto de ser mãe e esse facto induz na mulher tarefas que só ela pode desempenhar. Por isso, ao proporcionarem-se as melhores condições para que uma trabalhadora possa ser uma boa mãe, está a prestar-se um alto serviço ao bom funcionamento da família mas, também, a dar um contributo para uma sociedade com mais ética. 
freiremr98@gmail.com

 

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