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Pais em tempos de crises A geração smartfone

Mário Freire - 19/04/2018 - 12:07

O smartfone é, nos dias de hoje, um instrumento cujo uso faz parte da vida quotidiana da grande maioria das pessoas. Seja na actividade profissional, seja nas relações sociais e familiares, ele encontra-se sempre presente e disponível para ser utilizado, em qualquer lugar e a qualquer hora. Mas é, fundamentalmente, nos adolescentes e nos jovens que a sua presença se tornou como que um prolongamento do próprio corpo. Privá-los do smartfone é amputá-los de algo que parece tornar-se imprescindível para viver. 
J.M. Twenge, da Universidade de S. Diego, Estados Unidos, fez um estudo e nele diz que uma nova geração está a ser modelada pelo smartfone e pelas redes sociais. Assim, segundo os inquéritos feitos junto de adolescentes e jovens americanos, a geração nascida entre 1995 e 2012 viu a maior parte dos aspectos da sua vida mudar em relação às gerações que a precederam. E esta mudança afecta todos: os que vivem no meio urbano ou no meio rural, os que são oriundos de meios favorecidos ou menos favorecidos, independentemente da etnia a que pertençam.
Hoje os jovens passam mais tempo em casa manipulando os seus telemóveis, interagindo com outros, jogando ou navegando na internet. A globalização proporcionada por estas tecnologias sugere que, nestas matérias, não haja diferenças significativas entre os adolescentes americanos e portugueses.
Esta nova realidade que está a viver-se tem reflexos em todos os domínios da actividade humana. Ora, a educação é, sem dúvida, um dos campos mais sensível em que estas tecnologias mais podem repercutir-se. Os governos, nas políticas educativas que propõem, não as podem ignorar; os professores, na sala de aula, e na escola em geral, nas metodologias que utilizam, nos processos de relacionamento com os alunos, têm que as incorporar. O professor até aos anos 90 do século passado não pode ser o mesmo que aquele que está em frente dos alunos do século XXI. Muitos dos problemas disciplinares existentes não serão motivados por tal desfasamento entre o que o aluno vive fora da escola e o que nela encontra para aprender? 
E os pais, como lidar com esta realidade? Estão eles, também, submersos neste novo mundo de relações virtuais, ou por ele se deixam arrastar como objectos, em conjunto com os filhos, prejudicando ou destruindo a relação dentro da família? Ou têm eles a capacidade de distinguir o que de bom estas tecnologias oferecem, abrindo quer para novos mundos do conhecimento, quer para relações autênticas que não se escondam sob anonimato e tudo isso poderem ensinar aos filhos? 

freiremr98@gmail.com

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