Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Pais em tempos de crises: Adolescência, grupo de pares e era digital

Mário Freire - 05/01/2017 - 9:35

Estamos a viver a era digital, a dos computadores, a dos smartphones. Eles exercem uma influência, a vários níveis, sobre nós e, consequentemente, as suas repercussões no campo educacional são enormes. 
Os adolescentes, sendo elementos participativos nas tecnologias que caracterizam essa era, igualmente integram o chamado grupo de pares. Este é constituído por pessoas com uma idade aproximada que partilham idênticos interesses. Esses interesses dizem respeito quer a temas em relação aos quais uma parte significativa dos pais não partilha (tipos de música, vestuário…), quer a assuntos em que não se sentem tão à vontade a falar com aqueles, como as relações amorosas, o sexo. 
Estas relações entre os adolescentes têm uma importância grande, seja no que se refere à escola, no interesse que ela lhes desperta, seja nos seus comportamento e aproveitamento escolares. Além disso, estas relações permitem que eles possam confiar mais em si próprios e nos outros e contribuir para uma melhor construção das suas identidades. Com a importância crescente dos telemóveis, a interacção nos adolescentes tornou-se, ainda, mais fácil, sem que a sua presença física seja necessária para falar ou escrever mensagens. 
Ora, acontecia, até há relativamente pouco tempo, que cada um destes amigos dos filhos era do conhecimento pessoal dos pais. Com os smartphones e as redes sociais, uma nova cultura de pares começou a surgir. Nela os acontecimentos do dia-a-dia são partilhados com outros. Com esta nova maneira de estar, criou-se a possibilidade de se estar sempre disponível para comunicar, dando origem a relacionamentos em que, nem sempre o que está do lado de lá é conhecido mas que se interessa pelos mesmos jogos, pelas mesmas músicas, pelos mesmos filmes… Desta maneira, um mundo on line surgiu com estas novas redes comunicacionais; ampliaram-se e deram-se outros significados aos grupos de pares que não se integram, necessariamente, no conhecimento do face a face. Que consequências trouxeram estes novos modos de relacionamento para a vida dos adolescentes? Que oportunidades mas, também, que riscos passaram, agora, a surgir? Como lidar com eles os educadores e, especialmente, os pais? Eis questões a que não é fácil responder mas para as quais estes devem estar alertados!
freiremr98@gmail.com 

 

COMENTÁRIOS