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Pais em tempos de Crises: O facebook e a vida conjugal

Mário Freire - 14/07/2016 - 16:38

Inicio esta curta crónica com a descrição de uma conversa, passada há poucos dias, entre mim e um adulto, que desconhecia, cuja idade andaria pelos 50 e tal anos. Estávamos numa sala de espera, sem mais ninguém. A partir do estado do tempo, a conversa vai deslizando para as redes sociais. Diz-me que tem facebook e que lá em casa acontece, frequentemente, ao serão, ele, a mulher e o filho adolescente, cada um agarrado ao respectivo telemóvel, passarem o tempo nessa rede social. A determinada altura, porém, conta-me que já havia uma semana que “não ia ao facebook” porque estava a sentir-se incomodado por muitas das suas “amigas”, algumas das quais apenas conhecidas através desta rede social, o convidarem para encontros impróprios de uma pessoa casada e não desejar ter problemas com a mulher. Mais me referiu que ele próprio se admirava com o tipo de fotografias, em poses sensuais, que algumas delas lhe enviavam e com o tipo de propostas que lhe eram feitas, de cariz sexual. 
O facebook que tende aproximar amigos que há muito não se viam e recordar velhos tempos, com a troca de mensagens e de fotografias, trouxe, igualmente, o afastamento entre aqueles que se encontram ali mesmo ao lado. Numa pesquisa feita pelo site britânico Divorce-Online, cerca de 33% das pessoas que se divorciavam indicavam o facebook como a causa principal do mesmo, tendo havido um aumento de 13% de 2009 para cá. Este site refere como motivos principais da separação, tendo como causa o facebook, “mensagens impróprias a utilizadores do sexo oposto, mensagens desagradáveis acerca de ex-companheiros e os comentários feitos ao comportamento do cônjuge.”
Refira-se que este site, desde há 16 anos, já conduziu, orientou ou geriu cerca de 180.000 divórcios online. Para se ter uma ideia de quanto fácil é hoje fazer e desfazer uma família, retiro da 1ª página deste site a seguinte frase: “…pode começar os procedimentos do seu divórcio em 5 minutos, sem perda de tempo no trabalho nem ter quaisquer conhecimentos dos processos legais”.
Sabe-se que hoje as redes sociais são um poderosíssimo instrumento de comunicação, seja de natureza interpessoal, seja de massas. Do que talvez ainda não se tenha plena consciência é de quanto elas podem interferir na vida privada e íntima dos cônjuges, com as consequências indesejáveis que daí podem advir para o funcionamento da família. 

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