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Pais em Tempos de Crises: Os velhos e a família

Mário Freire - 30/06/2016 - 15:04

O passado dia 15 de Junho foi assinalado como o “Dia Internacional de sensibilização sobre a prevenção da violência contra as pessoas idosas.” Trata-se de uma realidade ainda obscura a que não é alheia o aumento da esperança de vida e a que se associa uma certa quebra de laços entre as gerações. Ora, a violência contra as pessoas idosas constitui um problema social que urge combater. Só para se ter uma ideia, basta dizer que entre o ano 2000 e o ano de 2012 houve um aumento de 179% do total de pessoas idosas apoiadas pela Associação Portuguesa de Apoio à Vítima que sofreram alguma forma de violência. Na maior parte dos casos os agressores foram pessoas próximas das vítimas, sejam o cônjuge, filho/a, neto/a.

Ora, os maus-tratos a idosos, para além de relações interpessoais impróprias que podem assumir a violência física e psicológica, revestem, ainda, outras formas como a sua exploração económica, o abandono, seja nas casas onde habitam, seja em hospitais e lares.

A solidão e o isolamento ou ambas as situações conjugadas têm merecido a atenção da GNR que, através dos “Censos Sénior 2015”, conseguiram sinalizar 39 216 idosos no País dos quais:

·         23 996 vivem sozinhos;

·         5 205 vivem isolados;

·         3 288 vivem sozinhos e isolados,

estando sinalizadas no Distrito de Castelo Branco 2165 pessoas. Esta intervenção da GNR merece o maior realce. Estando a localização de uma pessoa sozinha e/ou isolada, devidamente referenciada, mais fácil e eficazmente pode fazer-se o seu acompanhamento, tornando mais rápido o apoio, em casos de urgência.

A velhice era considerada, em tempos passados, uma reserva de sabedoria e de experiência e, por isso, de uma maneira geral, respeitada. Os tempos, entretanto, mudaram. Os mais velhos, por vezes, são considerados como estorvo e, então, ficam longe, mesmo estando perto. É certo que muitas das condições económicas e familiares difíceis que hoje se vivem podem justificar comportamentos anómalos em relação a eles. A dignidade da pessoa humana, principalmente a dos mais frágeis, exige de todos, principalmente das famílias, que eles sejam os primeiros a serem acarinhados.

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