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Pais em Tempos de Crises: Quem são as mulheres sem filhos?

Mário Freire - 16/11/2017 - 14:44

 

 

Desde a década de 50 que o número de mulheres sem filhos, aos 40 anos de idade, tem vindo a aumentar na Europa.

Tratando-se de um problema com repercussões graves, a vários níveis, foi realizada na Universidade de Paris-Descartes, no passado mês de Junho, uma conferência onde participaram vários sociólogos e demógrafos, a fim de ser debatido o problema.

Verifica-se que na Europa, cerca de 18% das mulheres nascidas a partir de 1965, não têm filhos.

Afinal, quem são estas mulheres?

Esta era uma das questões colocadas na Conferência.

Segundo os dados apresentados, só uma minoria (3%) sofre de infertilidade; de igual modo, as que decidiram não ter filhos constituem um número reduzido (igualmente, 3%).

Por outro lado, mulheres sem filhos consideram o trabalho tão importante como o casamento e é nas classes sociais mais elevadas que elas estão mais bem representadas.

Basta dizer que no Reino Unido, por exemplo, 50% das mulheres que ocupam posições de responsabilidade e de direcção não têm filhos.a maior parte das outras mulheres foi adiando, por razões diversas, o momento de engravidar de tal modo que, em muitas situações, tal já não foi possível fazê-lo.

Foram enunciadas, então, algumas dessas razões: não terem vivido em casal no momento apropriado; aguardarem melhor oportunidade; desemprego ou precariedade no emprego; saída tardia da casa dos pais; conjugalidade tardia e instabilidade conjugal.

Apesar da queda demográfica acentuada que se verifica na Europa, tal não impede que continuem a aparecer movimentos de mulheres e homens que tenham decidido não ter filhos, organizados, até, em associações e que lutam para não serem discriminados. Enfim, até já apareceu um dia internacional dos childfree, dos sem filhos.

Os dias que vivemos, em que o dinheiro, a carreira profissional, as relações abertas e descomprometidas entre as pessoas, as redes sociais, a par das incertezas quanto ao futuro com que, quotidianamente, nos deparamos, são realidades que não facilitam a constituição de uma família e, muito menos, que promovam a sua estabilidade.

Tomar-se consciência desta realidade poderá ser já um passo em frente para lhe fazer face e, quiçá, de contribuir para dar à família o papel estruturante que ela assume na sociedade.

 

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