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Penamacor: Mãe e filha jogam na mesma equipa

José Furtado - 28/03/2016 - 15:02

Paula e Rita Crucho entram em campo com o emblema da Associação Desportiva Penamacorense, que está a dar os primeiro passos na competição. VÍDEO 

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Tal mãe, tal filha: uma história curiosa no desporto de Penamacor

Rita tem 16 anos e é a mais nova da equipa. Paula tem 45 anos e é a mais velha. As duas jogadoras da equipa de futsal feminino da Adep- Associação Desportiva Penamacorense estão nos extremos das idades mas tocam-se como nenhuma outra. É que Rita e Paula são mãe e filha, numa equipa pouco convencional pela diferença de idades e pela combinação entre experiência e amadorismo.

Ao contrário do que possa parecer foi Paula que trouxe a Rita para a equipa. A mãe chegou a jogar futebol de 11 na escola e por isso o bichinho estava lá.

"Esta era uma paixão de adolescente que despertou novamente. Disse que vinha não pensando em ser um projeto federado e fiquei com pena de a Rita estar em Castelo Branco", conta Paula Crucho. Rita estuda na capital de distrito e por isso, na melhor das hipóteses, só vinha a casa uma vez por semana. Graças a uma colega de equipa que é de Castelo Branco arranjou boleia para os treinos.

"É uma oportunidade de a ver à segunda e à quinta-feira", diz a mãe com satisfação, que é extensível à filha. "Agora passamos mais tempo juntas e como estou em Castelo Branco é uma forma de a ver durante a semana", explica a guarda-redes. Paula é mãe da Rita mas também acaba por ter esse papel perante o resto da equipa, por ser a mais velha do grupo. É esta a convicção do treinador, que destaca o papel de Paula no banco, enquanto elemento apaziguador. Não é por acaso que enverga o título de sub-capitã. A adaptação de Paula aos treinos não foi fácil, principalmente devido à condição física, mas a filha acabou por puxar por ela. Em dia de treino só o filho mais velho é que fica em casa. Pedro, que é marido e pai, faz parte da equipa técnica.

APOSTA A aventura do futsal feminino em Penamacor começou da estaca zero. Encontrar quem quisesse jogar foi a primeira meta, nada fácil de alcançar num terra onde faltam pessoas e faltam ainda mais os jovens. "Começámos com algum receio de não termos elementos suficientes e hoje temos 20 jogadoras", conta o treinador Filipe Batista. Depois "não foi fácil pegar num grupo de seis ou sete jogadoras que sabia jogar e noutro que nunca tinha jogado e muitas delas até detestavam um pouco o futebol".

António Duarte, o presidente da Adep, considera a aposta nesta vertente, antes de mais, um exemplo do papel social que o clube deve ter numa terra desertificada. O difícil, diz o dirigente "foi começar".

O primeiro resultado não foi brilhante mas em poucos meses evoluíram muito, não apenas na prestação em campo mas também na atenção que passaram a merecer da parte da terra. "É possível que tenhamos mais público que os seniores masculinos", diz Filipe Batista.

"Neste momento batemo-nos quase de igual para igual com equipas com gabarito e distinção", elogia o presidente do clube, que quer continuar a perseguir bons resultados.

 

 

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