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Penamacor: Visões opostas e apelos à serenidade nos bombeiros

José Furtado - 11/07/2019 - 16:00

Diferenças de opinião entre os socialistas Guida Leal e António Luís Beites marcaram reunião que analisou a situação nos bombeiros.

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Bombeiros e utentes marcaram presença entre o público da reunião. Foto José Furtado/ Reconquista

Não há memória de algo assim em Penamacor ou mesmo fora do concelho.

No espaço de uma semana a assembleia municipal esteve reunida duas vezes depois de ter sido convocada de forma extraordinária para discutir em exclusivo a situação interna da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penamacor.

E foi este fator que começou por dividir os eleitos, entre os que achavam que se justificava e os que não. Guida Leal, a líder do grupo municipal do PS que tinha trazido o assunto à última reunião, reafirmou que este era “do interesse de todos”, opinião secundada por Francisco Abreu, do mesmo partido, para quem a assembleia deve representar o sentimento dos cidadãos.

Do outro lado Lopes Marcelo, líder da oposição na assembleia, reconhece a utilidade dos bombeiros mas acha “esquisito” que seja convocada uma reunião para discutir problemas laborais de uma associação privada e não se faça o mesmo para analisar a gestão de recursos humanos da própria câmara municipal.

O presidente da Câmara Municipal de Penamacor, António Luís Beites, é também da opinião que os bombeiros têm locais próprios para abordarem questões internas.

Guida Leal reiterou que existem falhas no serviço de transporte de doentes, com atrasos e deslocações como “sardinha em lata”.

Uma expressão que levou o presidente da Assembleia Municipal de Penamacor a anunciar que iria pedir para que os serviços da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco apurem como é que os doentes são transportados.

Vieira Pires é também presidente do conselho de administração desta entidade, que gere o Hospital Amato Lusitano e os centros de saúde de vários concelhos.

Guida Leal fala também em discriminação e coação nos bombeiros, demissões na estrutura de comando, falta de fardamento adequado, ausência de diálogo e problemas financeiros com falta de pagamento de piquetes do ano passado, o que leva a líder do grupo municipal do PS a exigir que a câmara municipal apure o que é feito ao apoio financeiro que lhe é dado.

Na intervenção começou por frisar que não está de “costas voltadas com o presidente da câmara nem com o Partido Socialista” mas ficou em evidência que há visões bastante diferentes do mesmo assunto.

António Luís Beites, que invocou a sua condição de sócio dos bombeiros, diz que conhece as contas e que estas “estão de boa saúde e recomendam-se, se calhar ao contrário de outras associações que prestam serviço à comunidade no nosso concelho”.

Guida Leal, que também é sócia, contrapôs: “as últimas contas que aprovei são de 2017 portanto o senhor presidente tem informação privilegiada”.

Beites diz que na sua gestão a relação entre a câmara municipal e a associação tem sido de “um clima formidável de colaboração” e que há cinco anos “muito mal se dizia no distrito sobre os Bombeiros Voluntários de Penamacor”.

O presidente da Câmara Municipal de Penamacor afirma que a direção de Porfírio Saraiva recuperou as contas e há planos de defesa da floresta aprovados e “elogios” da Proteção Civil “pela eficácia que os bombeiros têm tido”.

No ar deixou a ideia que há outros motivos que estão na origem deste conflito, não especificando.

António Luís Beites apelou à serenidade e ao fim do clima de hostilidade, deixando o aviso que os conflitos só se resolvem “quando há dois lados que o querem resolver”.

A assembleia aconteceu quando já estava marcada uma reunião entre a câmara municipal, a direção e comando dos bombeiros e o comandante distrital operacional de Castelo Branco, que se realizou na manhã do dia 8.

As conclusões vão ser comunicadas aos eleitos municipais mas o Reconquista sabe que poderão avançar algumas alterações dentro da associação.

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