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Plano Nacional de Coesão Territorial: Ideias vagas, longe da realidade

Manuel Frexes - 10/11/2016 - 15:14

Este Governo apresentou o Plano Nacional de Coesão Territorial que espelha o resultado de 6 meses de trabalho realizado por mais uma Unidade, neste caso a Unidade de Missão para a Valorização do Interior.

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Este Governo apresentou o Plano Nacional de Coesão Territorial que espelha o resultado de 6 meses de trabalho realizado por mais uma Unidade, neste caso a Unidade de Missão para a Valorização do Interior. 
O documento apresentado vem na linha do que é hábito em Portugal. Criação de unidades de missão ou grupos de trabalho que depois apresentam ideias vagas e distantes da realidade, tal como ela é. Não podemos deixar de assinalar mais um documento desfasado do que o interior do País precisa, ainda para mais quando os Deputados do partido que está no governo fazem tantas referências a um trabalho com este nível. 
Para o conhecimento geral das pessoas importa frisar que estamos perante mais um estudo que se resume a um catálogo de medidas reativas. E este é um dos principais problemas que o interior tem sentido. Falta uma agenda para o interior. Falta um desígnio, uma força e empenho para olhar para o Interior de frente. Não apenas refugiados em Lisboa, dentro de salas a projetar PowerPoints ou juntar ideias vagas de anos anteriores.
Olhamos para este documento e percebemos que para alcançar mais medidas fazem parte outras das quais já foram implementadas ou estão em fase de implementação, conforme reconhecido pelo próprio estudo que as define como estando em curso, e outras que foram articuladas para poderem ser candidatáveis no horizonte de implementação do Portugal 2020, devidamente enquadrados pelo trabalho realizado pelo Governo anterior. 
No fim, apenas apresentaram um estudo para servir de pura propaganda eleitoralista e demagógica que se limitou a juntar num só documento algumas das experiências pensadas por outras instituições, numa amálgama de ideias sem uma linha condutora. Revelador da falta de rumo que este Governo quer para o interior.
A Unidade de Missão para a Valorização do Interior tinha a obrigação e o dever de fazer melhor, devido ao capital de experiência acumulada dos seus integrantes e ao tempo e orçamento alocado à sua missão. Já perdemos muito tempo e muitos recursos a fingir que estamos preocupados com o Interior. 
É pois importante fazer um exercício de comparação entre este estudo pago por todos nós e uma proposta que surgiu na Assembleia da República para a criação do Estatuto dos Territórios de Baixa Densidade. 
É caso para perguntar: foi para apresentar um documento destes que se criticou tanto a criação do Estatuto de Territórios de Baixa Densidade?

 

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