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Política: Luís Correia acusa vereadores do PSD de má fé

José Júlio Cruz - 21/09/2016 - 14:17

O presidente do município lamenta a forma como se está a fazer política, os ataques pessoais de que foi alvo e acusa os vereadores do PSD de o estarem a fazer de forma propositada.

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Luís Correia, presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco: FOTO José Júlio Cruz/Reconquista

O presidente da Câmara de Castelo Branco respondeu com firmeza na reunião pública do executivo aos vereadores do PSD que o tinham acusado, recentemente, em conferência de imprensa, de ter mentido relativamente ao projeto de instalação de uma fábrica de secagem de bagaço de azeitona (a Valamb), em Alcains. Luís Correia diz "lamentar, mais uma vez que se utilize uma forma de fazer política com a qual não concordo", mas adianta que vai "deixar de lamentar, porque pensava que isto não seria intencional, mas é".

"Em consciência devo hoje aqui dizer que não o fiz", frisou o autarca, acrescentando que, sobre o assunto em apreço, "até procurei alguma eventual contradição em que tivesse podido entrar, ou algo que tivesse dito de forma errada e também não encontro nada sobre isso, estive até a ler as atas das reuniões em que abordámos esse assunto".

"Costumo assumir os meus erros, quando os cometo, o que não é o caso", declarou Luís Correia que, seguidamente, procedeu à leitura das atas das reuniões do executivo camarário e da Assembleia Municipal em que esteve em discussão o assunto, para provar que não mentiu.

"Percebo a intenção de transformar este assunto numa questão política", realçou, acrescentando que "não venham agora é dizer o que eu não disse". Passando a explicar que "esta autarquia a única coisa que licencia é a construção urbanística" e "não tem nada a ver com a atividade em si, porque esse licenciamento cabe ao Estado", o presidente do município, reitera que "tudo o que disse e se sabe sobre este assunto está nas atas das reuniões e os vereadores do PSD sabem-no".

E explica aquilo que "o PSD também sabe o que se passa sobre isto, até hoje ainda não está nada licenciado em definitivo sobre esse assunto, a única coisa aprovada é o projeto de arquitetura, como acontece em muitos outros empreendimentos e, como também toda a gente sabe, para se levantar o alvará é preciso uma série de outros documentos que não nos foram apresentados, nem sei se serão alguma vez (...) e eu sobre este assunto nunca disse outra coisa que não fosse isto, não sei onde é que conseguem ver ou ouvir coisas que eu não disse".

Segundo Luís Correia, o que se passa é que "interessa andar a baralhar as pessoas com estas questões e facilmente a atacar a minha pessoa e isso é a demonstração que estão a agir de má fé e com intenção de o fazer, o que é ainda mais grave". E dito isto retorquiu que "se é essa a vossa grande estratégia para o concelho, atacarem a figura do presidente, está tudo dito, mas fiquem sabendo que não agirei ao mesmo nível e responderei com indiferença a essa forma de fazer política".

Contundentes para com os vereadores social democratas foram também as palavras de outros vereadores socialistas nesta mesma reunião, nomeadamente Arnaldo Brás e João Carvalhinho. O primeiro mostrou-se "estupefacto com a forma e com o que disseram, acho que com isto quiseram fazer uma prova de vida porque todos sabemos que se avizinham campanhas eleitorais e quiseram mandar recados para dentro e para fora do próprio partido". Mas, acrescentou, "isso só prova a vossa pouca credibilidade e sinceramente tenho pena que tenham escolhido esse caminho e lamento que a política tenha chegado a estes termos". O segundo garantiu que "há momentos que não podemos caucionar pelo silêncio e este é um deles, porque os vereadores do PSD revelam uma atitude rasteira, vergonhosa e de baixa política, verdadeiramente intolerável".

João Carvalhinho lamenta mesmo "o estado de estupor político a que chegaram", referindo que "isso é claramente o resultado de uma constatação, estão a atingir um estado de irrelevância política e, em desespero, caluniam gratuitamente".

 

PSD João Paulo Benquerença e Paulo Moradias, os vereadores do PSD, intervieram no sentido de defenderem as suas posições. O primeiro disse que "o PS está a voltar à política do antigamente, não nos atinge quem quer, mas quem nós deixamos, pelo que quem não entra neste tipo de conversa sou eu". O segundo começou por dizer que "só não vê quem não quer ver, em parte alguma a sua personalidade é caracterizada como mentirosa e eu também não encontrei incongruência entre o que aqui leu e o que eu disse (...) a câmara tem responsabilidades no licenciamento e não sei qual era o problema de dar essa informação, pelo que continuo a achar que houve ocultação de informação".

Seguiu-se uma troca de palavras entre Luís Correia e Paulo Moradias em que ambos insistiram nos seus argumentos e trocaram críticas, algumas até num tom mais exaltado.

Luís Resende, Chefe do Departamento Técnico Operacional do município albicastrense, a pedido de Luís Correia, foi chamado a intervir nesta reunião pública sobre este assunto. "Os procedimentos tomados neste caso são os mesmos que para os restantes, por exemplo na zona industrial da cidade, e só ocorre o licenciamento depois de serem apresentados todos os documentos exigidos por Lei. Não podemos ou não devemos complicar a vida às pessoas, mas todas as decisões estão sempre salvaguardadas pela questão da legislação... e talvez até seja por isso que os promotores deste projeto ainda não tenham sequer requerido a licença, mas isso já é uma questão que ultrapassa esta autarquia", disse.

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